Deve a ciência
considerar
a espiritualidade?
a espiritualidade?
“A ciência sem a
religião é paralítica (lahm)
- a religião sem a
ciência é cega (blind).”
- Albert Einstein[1]
Durante muito tempo, estas duas forças do conhecimento humano estiveram antagonicamente separadas. Se na idade média, a religião se habituou a queimar a ciência, na modernidade, e parte inicial da contemporaneidade, esta aboliu de seus laboratórios qualquer coisa que se relacionasse com aquela, inclusive a questão da espiritualidade.
Sendo assim, Sigmund
Freud[2],
no início do século XX,
considerou que a
religião geraria
neuroses e seria um
remédio ilusório contra
o desamparo.
Consequentemente,
obtemperou que as
teorias psicológicas
iriam substituí-la.
Nietzsche[3],
por sua vez, escreveu
que Deus estaria morto e
que, não existindo
qualquer instância
superior, o homem
dependeria somente de si
mesmo. Além disto, a fé
seria ignorar a verdade.
Tais colocações, porém,
não eram baseadas em
pesquisas, mas em ideias
e em opiniões pessoais.
O filósofo, por exemplo,
dizia abertamente que o
ateísmo existiria nele
como um instinto, tão
inato que estaria em sua
constituição.
E o psicanalista, a seu
turno, sendo de origem
judaica, tinha uma
ligação religiosa muito
conturbada. Não foi sem
motivo, pois, que seu
mais notável discípulo,
Jung, viu-se desligado
pelo tutor do movimento
nascente quando
pretendeu estudar
questões transcendentes
do ser. Freud,
preocupado pelo futuro e
pela credibilidade da
psicanálise[4],
entendeu que não deveria
adentrar estas temáticas[5].
O fato, entretanto, é
que “os fundamentos da
Física do século XX
[6]
levam-nos a encarar o
mundo de forma bastante
semelhante à maneira
como um hindu, um
budista ou um taoísta o
vê”, como explica o
físico Fritjof Capra[7].
Por isto mesmo,
“enquanto a tendência
geral da ciência, desde
o século XVII, consistiu
em manter um foco
material, nas últimas
décadas do século XX a
ciência começou a
explorar a arena
espiritual, antes
marginalizada”, conforme
considera o Dr. Amit
Goswami[8].
Isto posto, percebe-se
que a ciência, não
somente deve considerar
a espiritualidade, como
também precisa colocar
esta instância na pauta
de suas investigações.
Leonardo Machado é médico, residente de psiquiatria, palestrante, escritor e compositor.
1. Rohden, Huberto.
Einstein – o enigma
do universo. 8. ed.
São Paulo: Editora
Martin Claret, 2004,
parte 3, p. 151.
2. Médico neurologista e pai da psicanálise.
3. Filósofo alemão.
4. Bem como motivado por outras questões que não têm aqui seu objeto apropriado de discussão.
5. Apesar disto, o próprio Freud, mais tarde, adentraria em questões religiosas ao escrever, por exemplo, “Moisés e o monoteísmo”.
6. Ou seja, a teoria quântica e a teoria da relatividade.
7. No seu livro “O tao da Física”.
8. No seu livro “A física da alma”.
2. Médico neurologista e pai da psicanálise.
3. Filósofo alemão.
4. Bem como motivado por outras questões que não têm aqui seu objeto apropriado de discussão.
5. Apesar disto, o próprio Freud, mais tarde, adentraria em questões religiosas ao escrever, por exemplo, “Moisés e o monoteísmo”.
6. Ou seja, a teoria quântica e a teoria da relatividade.
7. No seu livro “O tao da Física”.
8. No seu livro “A física da alma”.
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