Ação Espírita e Política
Para progredir, o homem precisa da
sociedade. O progresso não é o mesmo para todos, então os mais adiantados devem
ajudar o progresso dos outros por meio do contato social. Esse auxílio, essa
participação é uma ação política, embora possa não ser (e na maioria das
vezes não o é) uma ação político-partidária. Para o espírita, essa ação
política deve ser sempre inspirada nos princípios expressos pelo aspecto
filosófico do espiritismo, que o levam a amar e, nesse caso, Amar é desejar o
bem; logo, a exteriorização política do amor é a expressão do querer bem e do
agir para o bem de todos.
Alerta-nos o espiritismo que o
progresso intelectual realizado até o presente, em larga escala, é um grande
avanço e assinala uma primeira fase de desenvolvimento da humanidade, sendo
impotente, porém para regenerá-la. Enquanto o homem estiver dominado pelo
orgulho e pelo egoísmo ele utilizará sua inteligência e seus conhecimentos para
satisfazer suas paixões e seus interesses pessoais, não se importando em
prejudicar seu semelhante e até mesmo destruí-lo.
Somente quando, através do progresso
moral, o homem dominar o orgulho e o egoísmo, ele poderá ampliar sua felicidade
na Terra, podendo, então, desfrutar da paz e da fraternidade. Isso só será
possível quando os homens considerarem que, como irmãos, devem-se auxiliar mutuamente
e não o forte e poderoso explorar e viver às custas do mais fraco (v. A
Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII, item 18 e 19).
Na mesma obra, Allan Kardec revela os caracteres
daqueles que devem participar da estruturação de uma sociedade justa e amorosa:
"Cabendo-lhes fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue
por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem
a crença espiritualista, o que constitui sinal indubitável de certo grau de
adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente de espíritos eminentemente
superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a
assimilar todas as ideias progressistas e aptos a secundar o movimento de
regeneração". (G.N.)
Consequentemente, a ação política dos
bons é um imperativo na hora atual. O espiritismo apresenta conceitos claros e
precisos para essa atuação. "A nova geração marchará, pois, para a
realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de
adiantamento a que houver chegado. Avançando para o mesmo alvo e realizando
seus objetivos, o espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. Aos
homens progressistas se deparará nas ideias espíritas poderosa alavanca e o
espiritismo achará, nos novos homens, espíritos inteiramente dispostos a
acolhê-lo". (A Gênese)
O espiritismo não cria a renovação
social; a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.
Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela
amplitude de suas vistas, pelas generalidades das questões que abrange, o
espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina a secundar o movimento.
Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os
tempos são chegados, (in A Gênese, Allan Kardec — g.n.)
Da análise dos conceitos expostos surge
clara a estimulação do espirtismo à participação no processo político, social,
cultural econômico, de modo a secundar o movimento de regeneração da sociedade
humana em bases de justiça e amor. Para tal ação é imprescindível que se tome conhecimento
dos princípios e normas da doutrina social espírita, contida em O Livro dos
Espíritos,em sua terceira parte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário