"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Minha vida em outra vida



Pela primeira vez na história, um filme retrata, com fidelidade, lógica e respeito, a reencarnação, tema de interesse de milhões de pessoas em todo o mundo. Baseado em fatos reais relatos no livro autobiográfico de Jenny Cockell, Minha Vida na Outra Vida conta a história de Jenny, uma mulher do interior dos Estados Unidos, que tem visões, sonhos e lembranças de sua última encarnação, como Mary, uma mulher irlandesa que faleceu na década de 30. Intrigada, Jenny sai em busca de seus filhos da vida passada. Tem início uma jornada emocionante. Jenny é magistralmente interpretada pela renomada atriz Jane Seymour, de Em Algum Lugar do Passado. Só, que desta vez, não se trata de ficção, mas de realidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

  Desastres e resgates coletivos:

 Incêndio em Santa Maria/RS


Quando olhamos para o mundo à nossa volta, parece-nos que se multiplicam as catástrofes, os desastres, os cataclismos. Em um momento como este, em que todas as atenções estão voltadas para o Incêndio ocorrido na casa noturna "KISS" em Santa Maria/RS, provocando a morte de mais de 230 pessoas,  a atenção fica mais desperta, e os questionamentos são vários, e envolvem até a Justiça (ou para alguns, a injustiça) Divina.

O Espiritismo, enquanto doutrina libertadora, progressista e evolutiva, e por isso mesmo considerada consoladora, objetiva auxiliar-nos a entender o porquê dos acontecimentos de nosso dia-a-dia, inclusive dos mais trágicos. Assim, via entendimento da Lei Natural e da Justiça Divina, obtém-se a conseqüente aplicação desses princípios no cotidiano, favorecendo sua vivência, promovendo a coerência entre o crer e o agir.

Frente a situações como essa vivenciada na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, alguns questionamentos são usuais, como, por exemplo: Por que acontece esse tipo de coisas? Qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam?

Naturalmente, as respostas exigem reflexão aprofundada com base em princípios fundamentais do Espiritismo, como a multiplicidade das encarnações e a anterioridade do Espírito. Esses pontos somam-se ao fato de que nós, enquanto Espíritos em processo evolutivo, temos um passado de descumprimento da lei divina que precisa ter seu rumo corrigido não apenas para equacionar nossos problemas de consciência, mas também para nos harmonizar com nossos semelhantes, afetados pelas nossas ações de desvirtuamento da Lei.

Ao entendermos o que a Doutrina Espírita tem a dizer sobre o assunto, começamos a perceber a profundidade da reflexão que deve ser adotada por cada um de nós em nosso dia-a-dia e o papel a ser assumido de observadores da Sociedade, em substituição à postura usual de críticos e questionadores. 

Começamos, assim, a conhecer o caminho para aplicação dinâmica e prática em nosso dia-a-dia da Doutrina que abraçamos, pela análise do mundo e sua transformação, percebendo a profundidade de conceitos como fatalidade, resgate coletivo, regeneração do planeta, além de favorecer o entendimento de ensinamentos de Jesus relacionados àquilo que alguns chamam de sinais dos tempos.


Fatalidade como causa?

Fatalidade, destino, azar são palavras sempre lembradas em situações como essa. Mas que conceitos estão por trás dessas palavras? Em "O Livro dos Espíritos", as questões de 851 a 867 tratam de fatalidade, e, entre outras informações, destaca-se o fato de que "a fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra" (LE 851). 

Mais à frente (LE 853), está dito que "fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos". A questão seguinte (LE 853a) melhor explica esse ponto, frisando que quando é chegado o momento de retorno para o Plano Espiritual, nada "te livrará" e freqüentemente o Espírito também sabe o gênero de morte por que partirás daqui, "pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência". Não esquecer, jamais, que "somente os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução" (LE 859a).

Como vemos, a fatalidade só existe como algo temporário frente à nossa condição de imortais com a finalidade de realinhamento de rumo. No entanto, essa situação não é engessada. Graças à Lei de Ação e Reação e ao Livre-Arbítrio, o homem pode evitar acontecimentos que deveriam realizar-se, como também permitir outros que não estavam previstos (LE 860). 

Fatalidade, destino, azar são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma que a sorte daqueles que escapam desse tipo de situação – e em acidentes como esse do dia 17 de julho de 2007, sempre há os relatos daqueles que desejavam pegar o avião e não conseguiram; daqueles que estavam à porta do prédio atingido pela aeronave e não sofreram nada além do susto; e tantos outros.

Então, para a Doutrina Espírita, como se explicam casos como esse? A resposta está no resgate coletivo, conceito que envolve a correção de rumo de um grupo de Espíritos que em alguma outra encarnação cometeu atos semelhantes – e muitas vezes em conjunto – de descumprimento da lei divina e que, portanto, para individualmente terem a consciência tranqüilizada, precisam sanar o débito. Toda a problemática, nesse caso, está no trabalho dos mentores na reunião desses Espíritos de modo a que juntos possam se reajustar frente à Lei Divina.


Impulsionar o progresso: a meta

O resgate de nossas ações contrárias à Lei Divina, ao Bem e ao Amor pode ocorrer de várias formas, inclusive coletivamente. O objetivo, segundo LE 737, é "fazê-lo avançar mais depressa" e as calamidades "são freqüentemente necessárias para fazerem com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos". Além disso (LE 740), "são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo". 

E assim, entendemos o sentimento de solidariedade que essas calamidades despertam, auxiliando todos a desenvolver o amor. O importante para os mais diretamente envolvidos, para que tenham o progresso devido, como está dito em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo 14, item 9, é "não falir pela murmuração", pois "as grandes provas são quase sempre um indício de um fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus".

Nesta frase selecionada no "O Evangelho Segundo o Espiritismo" está uma informação de cabal importância: indício de aperfeiçoamento do espírito. E qual seria o objetivo prático de tudo isso e como esses fatos atuam em nosso progresso, com que finalidade?

A resposta está na Lei do Progresso, que determina ao homem o progresso incessante, sem retrocesso, no campo intelectual e moral; cada um há seu tempo, seguindo seu ritmo próprio, sendo que "se um povo não avança bastante rápido, Deus lhe provoca, de tempo em tempos, um abalo físico ou moral que o transforma" (LE 783). 

Como vemos, o progresso se faz, sempre, e quando estamos atravancando-o, Deus, em sua infinita bondade e justiça, lança mão de instrumentos que nos impulsionem à frente. O objetivo é nos levar a cumprir a escala evolutiva, saindo de nossa condição de Espíritos imperfeitos moralmente para a de espíritos regenerados, até atingirmos a condição de Espíritos puros.

Essa transposição de imperfeito moralmente para regenerado marca a atual fase de transição que vivenciamos, plena de flagelos destruidores, de calamidades, de acidentes com grande número de mortos. 

Nos evangelhos segundo Mateus, Marcos e João, há várias referências aos sinais precursores de uma transformação no estado moral do Planeta, caracterizada pelo anúncio de calamidades diversas que atingirão a humanidade e dizimarão grande número de pessoas, para que, na seqüência, ocorra o reinado do bem, sejam instituídas a paz e a fraternidade universal, confirmando a predição de que após os dias de aflição virão os dias de alegria.

O que é anunciado nessas passagens evangélicas não é o fim do mundo de forma absoluta e real, mas o fim deste mundo que conhecemos, em que o mal aparentemente se sobrepõem ao bem, e, como afirma Allan Kardec em "A Gênese", capítulo 17, item 58, "o fim do velho mundo, do mundo governado pela incredulidade, pela cupidez e por todas as más paixões a que o Cristo alude".

Para que esse novo mundo se instale (GE capítulo 18), é fundamental que a população seja preparada para habitá-lo. Para tanto, teremos, todos nós, de equacionar alguns problemas de nosso passado, construindo nosso progresso moral. Não há transformação sem crise, e catástrofes e cataclismos são crises que agitam a humanidade, despertando-a para a solidariedade, a fraternidade, o bem. 

Temos, então, de ver a humanidade como "um ser coletivo no qual se operam as mesmas revoluções morais que em cada ser individual" (GE, capítulo 18 item 12). 

Nesse contexto, a fraternidade será a pedra angular da nova ordem social, com o progresso moral, secundado pelo progresso da inteligência assegurando a felicidade dos homens sobre a Terra.

Para que possamos habitar esse novo mundo, não temos de nos renovar integralmente. Segundo Kardec (GE capítulo 18 item 33), "basta uma modificação nas disposições morais", e, para isso, temos de equacionar débitos do passado e nos conscientizarmos de nossa condição de espíritos imortais perfectíveis, em fase de desenvolvimento de nossas potencialidades. 

Como forma de acelerar esse processo de modificação da disposição moral, a presente fase é marcada pela multiplicidade das causas de destruição, até como forma de estimular em nós o desenvolvimento de nossas potencialidades no bem, pois "o mal de hoje há de ser o bem de amanhã. Somente a educação do Espírito poderá libertá-lo do mal, dando-lhe condições de alçar os mais altos vôos no plano infinito da vida. O importante em tudo isso é mantermos a serenidade, olharmos para a frente, divisarmos o futuro, pois "a marcha do Espírito é sempre crescente e ascendente. É preciso descobrir quanto bem se é capaz de fazer agora para que o próprio crescimento não se detenha" (Portásio).

Em todo ser humano, como ressalta o Espírito Clelie Duplantier, em "Obras Póstumas", "há três caracteres: o do indivíduo ou do ente em si mesmo, o do membro da família e o do cidadão. Sob cada uma dessas três fases, pode ele ser criminoso ou virtuoso; isto é, pode ser virtuoso como pai de família e criminoso como cidadão, e vice-versa". 

Além disso, pode-se admitir como regra geral que todos os que se ligam numa existência por empenhos comuns, já viveram juntos, trabalhando para o mesmo fim e se encontrarão no futuro, até expiarem o passado ou cumprirem a missão que aceitaram.


O papel de cada um

Essas calamidades – se olharmos para elas sob o ponto de vista espiritual, fundamentando nossa reflexão nos princípios da Doutrina Espírita – têm, portanto, objetivos saneadores que, conforme Joanna de Ângelis, removem as pesadas cargas psíquicas existentes na atmosfera e significam a realização da justiça integral, pois a Justiça Divina, para nosso re-equilíbrio, recorre a métodos purificadores e liberativos, de que não nos podemos furtar. 

Assim, tocados pelas dores gerais, ajudemo-nos e oremos, formando a corrente da fraternidade e estaremos construindo a coletividade harmônica, sempre lembrando a advertência de Hammed: "a função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio. Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e freqüências e recriando novos roteiros em sua existência". Desse modo, estaremos utilizando nossos problemas como ferramenta evolutiva, não nos perdendo em murmurações, mas utilizando nosso livre-arbítrio como patrimônio.

O progresso de todos os seres da criação é o objetivo de tudo que acontece. Tenhamos a consciência desperta e procuremos entender o mundo à nossa volta, cientes de que a solidariedade é o verdadeiro laço social, não só para o presente, mas, como está em "Obras Póstumas", "estende-se ao passado e ao futuro, pois que os mesmos indivíduos se encontram e se encontrarão para juntos seguirem as vias do progresso, prestando mútuo concurso. Eis o que faz compreender o Espiritismo pela eqüitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres".

E mais: Graças ao Espiritismo, compreende-se hoje a justiça das provações desde que as consideremos uma amortização de débitos do passado. As faltas coletivas devem ser expiadas coletivamente pelos que juntos as praticaram, e os mentores estão sempre trabalhando, ajudando a todos nós, reunindo-nos em grupos de forma a favorecer a correção de rumo, amparando-nos e nos fortalecendo para darmos conta daquilo a que nos propomos, além de nos equilibrarem para podermos auxiliar o outro com nossos pensamentos positivos, nossos melhores sentimentos e vibrações.

Fontes de consulta

ÂNGELIS, Joanna de. Após a tempestade, texto Calamidades, psicografia de Divaldo Pereira Franco. Alvorada
HAMMED. Renovando Atitudes, texto Crenças e carmas, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto. Boa Nova
KARDEC, Allan. Obras Póstumas, Primeira Parte, Questões e Problemas - Expiações coletivas. Lake
KARDEC, Allan. A Gênese, capítulos 17 e 18. Lake
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo do Espiritismo, capítulo 14, item 9. Lake
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos – questões 100 a 113; 737 a 741; 776 a 802; 851 a 867. Lake
PORTÁSIO, Manuel. Fora da Educação não há salvação, capítulos: Educação pela dor; Educação para o bem e Educação e renovação. DPL

domingo, 27 de janeiro de 2013

Deus, sua infinita bondade e nossa sede insaciável de felicidade


Se Deus nos criou com uma sede insaciável de felicidade, é porque o nosso destino, a trancos e barrancos, deve ser mesmo de salvação, a qual, porém, deverá ser num futuro distante, com a evolução do espírito através das reencarnações.

Os líderes religiosos não espíritas detestam a reencarnação, porque eles pregam a nossa salvação ou libertação, mas com a condição de termos que passar por eles, quando essa doutrina nos mostra que a salvação é conseguida por nós mesmos, pela nossa evolução espiritual e moral. Quando eles ensinam a verdade, até que eles podem orientar as pessoas para se salvarem. Mas a profissão deles é realmente prejudicada pelo fenômeno da reencarnação.

A nossa evolução moral e espiritual é real, pois até Jesus evoluiu. “Tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos que lhe obedecem.” (Hebreus 5: 9). “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.” (Efésios 4: 13). Temos realmente que reencarnar muitas vezes, até chegarmos à estatura moral do nível de aperfeiçoamento de Jesus Cristo. “Diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus.” Isso vai acontecer no futuro com a evolução dos espíritos humanos. “Somos transformados de glória em glória.” (2 Coríntios 3:3). “Mesmo que nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia.” (2 Coríntios 4: 16). E Jesus fala também na regeneração no futuro. (Mateus 19: 28). 
 
Os teólogos apegam-se muito ao lado material do homem, que veio do pó e ao pó retornará (Eclesiastes 12: 7), deixando em segundo plano o homem espiritual, interior e imortal. E, assim, pregam a ressurreição do espírito, mas para eles, ela tem que ser junto com o corpo, quando a Bíblia diz que a ressurreição é só do espírito. (1 Coríntios 15: 44). “Carne e sangue não podem herdar o reino de Deus.” (1 Coríntios 15: 50). “Os ressuscitados são como os anjos.” (Mateus 22: 30). Anjos são espíritos humanos de alto nível de evolução e significam enviados de Deus ou do mundo espiritual para nós, justamente porque são muito evoluídos. Todos os corpos vêm do pó e para o pó retornam. E a Bíblia não diz que, depois que eles voltam para o pó, eles retornam à vida, pois voltam ao seu pó em definitivo. “Tu és pó e ao pó retornarás.” (Gênesis 3: 19). Esse é o destino do homem exterior.

Para os teólogos católicos, enquanto estamos aqui na Terra, nós podemos nos salvar por nós mesmos e por Deus. Morrendo o corpo e indo a alma para o Purgatório, só Deus nos pode ajudar a sair de lá. Daí a importância das preces para as almas. Isso é uma exaltação da matéria, da carne, pois só enquanto temos corpo poderíamos fazer algo para a nossa libertação. No entanto, Jesus disse: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita.” (João 6: 63).

Se Deus nos deu capacidade e liberdade para pecarmos; se Deus não é prejudicado com os pecados; se é o espírito que ressuscita; se Deus nos ama com amor infinito; se a misericórdia divina não termina jamais, pois é também infinita; se a nossa evolução espiritual é uma realidade pelas reencarnações; se temos sempre uma sede insaciável de uma felicidade perene e para sempre; se Deus não quer que nenhum de nós se perca (Mateus 18: 14), não vão ser suficientemente tão poderosos os teólogos e os “diabos” para porem em dúvida a nossa salvação! 

Homossexualidade:
uma visão mais além

“O problema do sexo é do Espírito e somente do Espírito virá, para ele, a solução.” – Joanna de Ângelis. (Após a Tempestade)

 
A edição de nº 2297, de 28 de novembro de 2012, da revista VEJA, páginas 102 a 104, traz uma reportagem abordando o assunto da adoção por casais homossexuais. Vejamos uma pequena amostra: “Estimulados por leis, livros, filmes e novelas que tratam da homossexualidade como um fato da vida, os gays assumem sua orientação sexual sem constrangimento. Há um forte componente de classe nesse fenômeno. Quanto mais ricas e mais instruídas são as pessoas, maior tende a ser entre elas a proporção de casais que se declaram gays. Um estudo feito pelo demógrafo Reinaldo Gregori, de São Paulo, tendo como base os dados do Censo 2010, confirma essa percepção – e revela uma surpreendente taxa de casais do mesmo sexo no Brasil que já têm filhos. Eles são 20%, em comparação com os 16% verificados nos Estados Unidos. As pesquisas apontam para o fato de que os casais gays não fazem as exigências que, em geral, são colocadas como condição para adotar, entre elas, que a criança seja ainda um bebê, sem problemas de saúde e da mesma etnia dos futuros pais. Em 2012, o Superior Tribunal de Justiça autorizou a adoção de uma criança por um casal de mulheres. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal aprovou a união estável para os homossexuais”. 

Fora da Doutrina Espírita, por certo, essa atitude aumentará o número de calvos no país, mas as explicações espíritas não nos dão o direito de arrancar os cabelos. Ouçamos a opinião de Raul Teixeira exarada no livro Desafios Da Vida Familiar sobre a adoção de crianças por casal homossexual: “O Pai-Criador vê sempre as intenções que inspiram as ações. Assim, vale refletir que o amor que se dedica a uma criança, tornando-a filha sentimental, independe da inclinação sexual adotada pelos pais ou pelas mães postiços. Acompanhamos inúmeras situações em que os cuidados desenvolvidos para atender a criança fizeram com que os indivíduos ou pares homossexuais alterassem a rota dos próprios passos, enobrecendo o sentimento paternal ou maternal, ausentando-se da promiscuidade ou do desassossego íntimo, passando a sintonizar com frequências luminosas, acalmando o coração e os pensamentos – quando antes experimentavam tormentos – conquistando, então, valores espirituais de grande significação, superando lutas imensas no cerne d’alma. A adoção, desse modo, corresponde a um gesto sublime que Deus sempre abençoará”. 

De que adianta um lar heterossexual onde a criança vê o pai alcoolizado espancar a mãe e os irmãos? De que adianta um lar heterossexual onde o pai violenta sexualmente a própria filha? De que adianta um lar heterossexual onde o pai utiliza-se do próprio filho como “mula” de tóxicos? De que adianta um lar heterossexual onde os pais obrigam os filhos a esmolarem nos sinaleiros da cidade? De que adianta um lar heterossexual onde os pais prostituem a própria filha? Ou será que ainda confundimos moral com sexualidade? Os noticiários que infestam os canais de televisão com os crimes mais variados, onde as corrupções mais lamentáveis, onde as impunidades que desafiam as leis são cometidas por homossexuais? Onde a criança corre mais riscos: nas ruas do abandono com os mais variados tipos de crime ou no aconchego de um lar onde sejam verdadeiramente amadas por irmãos ou irmãs situadas na faixa da homossexualidade? 

Mas por falar sobre homossexualismo, você se lembra das lições de André Luiz e Manoel P. de Miranda, respectivamente nos livros Sexo e Destino e Sexo e Obsessão? Não? 

Vamos trazer uma pequena lembrança do segundo: “Destituído de equipamentos sexuais, o Espírito é neutro na forma da expressão genésica, possuindo ambas as polaridades em que o sexo se expressa, necessitando, através da reencarnação, de experienciar uma como outra manifestação, a fim de desenvolver sentimentos que são compatíveis com os hormônios que produzem. Face a essa condição, assume uma ou outra postura sexual, devendo desenvolvê-la e vivenciá-la com dignificação, evitando comprometimentos que exigem retornos dolorosos ou alterações orgânicas sem a perda dos conteúdos emocionais ou psicológicos. Isto equivale dizer que, toda vez quando abusa de uma função, volta a vivenciá-la, a fim de recuperá-la, mediante processos limitadores, inibitórios ou castradores.
Todavia, se insiste em perverter-se, atendendo mais aos impulsos do que à razão, dominado pelo instinto, antes que pelo sentimento, retorna em outra polaridade que não o capacita para a sua manifestação conforme desejara, correndo o risco de canalização das energias de forma equivocada. Face aos processos evolutivos, muitos Espíritos transitam na condição homossexual, o que não lhes permite comportamentos viciosos, estando previsto, para o futuro, um número expressivo que chamará a atenção dos psicólogos, sociólogos, pedagogos, que deverão investir melhores e mais amplos estudos em torno dos hábitos humanos e da sua conduta sexual”. (destaque nosso)

Já no livro de André Luiz encontramos a afirmativa de que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam. (destaque nosso)

Afirma Joanna de Ângelis no livro citado anteriormente: “Assim, cultiva o lar, atende a família, faze-te cocriador na Obra de Nosso Pai, coopera com os que transitam em dores e edifica na mentalidade geral o conceito segundo o qual o sexo é para a vida e não a vida para o sexo”. (destaque nosso) 
 
Onde os casais homossexuais que adotam uma criança e proporcionam a elas o amor de um lar estariam fugindo a essa orientação? Por quanto tempo ainda estaremos com a pedra na mão sempre pronta para atirá-la contra o nosso semelhante? Pior ainda se essa pedra estiver nas mãos de alguém que se diga espírita...

sábado, 26 de janeiro de 2013

Refletindo sobre a criança


“Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?

– Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.” (Questão 383, de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.)

Trazendo na bagagem um mundo de sonhos e de esperanças, em grande quantidade partem os Espíritos do mundo espiritual para novos programas reencarnatórios, tendo em mente a concretização de propostas de redenção de um passado de equívocos e de ilusões e o exercício de novas e oportunas experiências, visando ao progresso e à prosperidade, rumo à perfeição a que todos estão destinados, conforme deliberações da Providência Divina.

Aportando ao mundo físico, esses filhos de Deus se aconchegam aos braços paternos, na condição de crianças tenras e indefesas, ficando a mercê dos cuidados que lhes dispensarão os adultos.

Com frequência afirmamos que a criança é o futuro, e quanto a essa constatação não paira nenhuma dúvida, apenas precisamos refletir madura e responsavelmente como estamos agindo com ela no presente, pois que necessita de referências dignas para que se torne homem de bem.

Ouvimos dizer que nesses pequenos seres estão depositadas as esperanças de um mundo de serenidade e paz, precisamos, então, com determinação e coragem, exemplificar a eles comportamentos de harmonia e fraternidade na convivência social.

Acreditamos que as crianças que nascem diariamente carregam no íntimo a promessa do bem e da solidariedade, assim, não podemos permitir que sejam contaminadas pelo mal, e, dentro das nossas possibilidades, devemos empreender todos os esforços, visando combater o orgulho e o egoísmo, que porventura, se apresentem em seus tenros corações.

A ingenuidade e a meiguice das crianças expressam a luminosidade da candura e da alegria, e, para que possam clarear os caminhos da humanidade, necessitam de que não as abandonemos às trevas da ignorância, da indiferença e do descaso.

Obviamente, no presente, necessitam de alimentação condizente, roupas, brinquedos, remédios e outros, mas, para que se realizem devidamente no futuro, não prescindem de educação eficaz, com base fundamentada na formação do caráter.

Evidentemente, esses pequenos viajores se postam diante dos adultos de mão estendidas, suplicando por cuidados, respeito, amor, carinho, atenção, e, principalmente, por demonstrações de atitudes e comportamentos revestidos de moralidade, ética e decência. De posse de tais exemplificações, contarão com os recursos e mecanismos capazes de lhes assegurar perspectivas de equilíbrio e honradez.

Mas, se identificarem nos pais ou responsáveis as diretrizes da desonestidade, da cupidez, da irresponsabilidade, das viciações e do desrespeito, não tenhamos dúvidas de que conhecerão, com muita rapidez, os caminhos que os conduzirão à falência moral.

Não nos iludamos, se pretendemos a construção de um mundo melhor, de uma sociedade mais digna, justa e humana. Não privemos nossas crianças dos reais e imprescindíveis valores da vida. 

Não basta dizer e esperar que os nossos filhos sejam o futuro, permanecendo de braços cruzados. Imprescindível se torna que os habilitemos, devidamente, para que possam viver realmente em paz nos dias do porvir. Eduquemo-los hoje para que não choremos amanhã.

Pensemos nisso...