"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

domingo, 30 de dezembro de 2012

2012 - Fim do Mundo?

2012 - Fim do Mundo?

 

Estamos vivendo neste ano uma grande especulação a respeito do fim do mundo. O assunto é polêmico, divide opiniões e é tema central em várias rodas de conversas, programas de TV, matérias em jornais, revistas e similares, seja levado a sério ou apenas um bom motivo para uma piada. Até mesmo Hollywood se rendeu à discussão e arriscou algumas produções, o que deu mais força à teoria catastrófica. 

Alguns dizem que é a confirmação do apocalipse anunciado nas escrituras sagradas, outros acham que são apenas profecias infundadas de pensadores da antiguidade, a grande maioria não toma o assunto ao “pé da letra”. O fato é que o fim do planeta Terra é o tema mais discutido do momento.

O boato de que o mundo irá desaparecer em 2012, mais especificamente em 21 de dezembro (1), é na verdade uma interpretação errônea do calendário da civilização maia (considerada uma das civilizações mais adiantadas das Américas em seu tempo). A verdade é que os maias nunca previram o fim do mundo. 
 
De acordo com pesquisadores, através dos hieróglifos analisados, constatou-se que um dos calendários maia, chamado de “baktun”, era composto por 20 ciclos e cada um desses ciclos corresponderiam a 144.000 dias ou 3.943 anos solares. A data de 21 de dezembro de 2012 segundo o calendário seria apenas o fim do 13° baktun, o que prova que não há uma profecia maia a respeito do fim do mundo neste ano. Esta interpretação do calendário, aliada a algumas correntes esotéricas, deu origem à história do apocalipse em 2012.

Afinal, o mundo acaba em 21 de dezembro? É evidente que não. Basta observar os acontecimentos à nossa volta para constatar que o planeta sobreviverá a mais essa “previsão”. Não há sinais concretos dos fins dos tempos, o planeta não deixaria de existir da noite para o dia.

 O Espiritismo explica que desde o surgimento do planeta, o globo passa por transformações, juntamente com os seres que aqui habitam, como é natural da lei do progresso, à qual todos nós estamos submetidos. A marcha do progresso é contínua e todos os Espíritos tendem a evoluir. Há aqueles que estacionam e então são retirados, a fim de que não interfiram no desenvolvimento dos demais. 

Em algumas épocas, essas transformações são mais acentuadas, como no período da passagem do Cristo pela Terra, onde algumas centenas de Espíritos ignorantes foram transferidos para outro orbe para não interferir na missão do Mestre. 
 
Outro exemplo evidente foram as duas guerras mundiais afetando diretamente a evolução do planeta. As notícias dão conta de que alguns dos Espíritos responsáveis diretamente pelas guerras não voltarão mais à Terra.

Espíritos que não conseguem acompanhar a evolução moral de uma sociedade são levados a outras esferas que condizem com seu adiantamento; os Espíritos se atraem por afinidade. Da mesma forma que são retirados Espíritos atrasados da Terra, recebemos Espíritos compatíveis com nosso grau de evolução. Esses Espíritos um dia saíram de seu orbe de origem por não contribuir com o desenvolvimento moral daquele lugar.

Os Espíritos superiores nos alertam que a Terra está chegando ao final de um período de provas e expiações, para se transformar em um mundo de regeneração. Os planetas que estão no mesmo nível que a Terra sofrem provações de todas as formas, como catástrofes, doenças incuráveis, segregações sociais onde o mau se sobrepõe ao bem, causando sofrimento necessário à evolução dos Espíritos ali reencarnados. Já nos mundos regenerados, não há espaço para o egoísmo, o orgulho, a intolerância e a maldade. Não existem grandes provações ou expiações, prevalecendo a compaixão, o amor e a caridade.

Os desastres coletivos, as calamidades naturais que ceifam milhares de vidas sempre existiram e são necessários para acelerar esse processo de transição. Ao contrário do que muitos pensam, esses não são sinais apocalípticos, apenas uma renovação natural dos Espíritos e consequentemente do planeta.

 Há algum tempo a Terra vem recebendo Espíritos mais adiantados moralmente e intelectualmente para ajudar no desenvolvimento do planeta. Nos últimos anos experimentamos um desenvolvimento tecnológico muito grande, prova da transformação pela qual vem passando o planeta. Se observarmos as crianças em nossa volta, podemos perceber a inteligência mais acentuada se comparadas às crianças da nossa geração, e que muitas vezes são chamadas de “hiperativas”. 

Não existe uma data específica para a transição acontecer. Sabe-se que estamos vivendo as derradeiras eras de um planeta menos ditoso e que o mundo não acabará. É hora de aproveitar a última oportunidade que a providência divina tem-nos dado e fazer por merecer a nossa permanência no orbe terrestre. Cada minuto perdido é um minuto a mais de sofrimento para o Espírito consciente de sua necessidade de evolução.


(1)
Este artigo foi escrito antes de 21 de dezembro, data indicada para o suposto desaparecimento do mundo em que vivemos. (N. da R.)


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Por que Jesus veio ao mundo

Por que Jesus veio ao mundo

 
A vinda de Jesus Cristo culminou com o amor ao próximo por amor a Deus, refletido na caridade, não a caridade de se dar esmola aos pobres, e sim a caridade irrestrita, independente de manuais teológicos e de fórmulas políticas. Jesus compareceu ao mundo a fim de cumprir a Lei Divina, cristalizando-a nos corações para que o homem deixasse de render culto a Deus apenas por meio de rituais, liturgias e hosanas.

Cristo veio repetir sumariamente de forma mais elevada tudo o que foi transmitido antes dEle junto ao imenso rebanho terreno, os filhos, que se desviaram do amor e sabedoria do Pai Celestial. Por esse motivo, Ele resumiu a lei proposta nos dez mandamentos em uma única regra: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Sim, no fundo, o verdadeiro escopo de Sua missão entre nós não poderia ter sido outro. 

Transportou-Se até nós para atender às nossas necessidades evolutivas e reeditar o amor de Deus por Seus filhos da Terra, embasado naquela síntese amorosa. Ele é o modelo de perfeição a Quem devemos seguir, o representante desse amor que recomenda, acima de tudo, a prática da benevolência com o próximo. Quis Jesus exprimir que aquele que ama o seu próximo como a si mesmo cumpre todos os outros nove itens do decálogo. Ele demonstrou efetivamente como se faz, desvelando o panorama da vida eterna com a Sua incomparável pedagogia. 

Prescritos os meios pelos quais alcançaríamos os páramos da mais alta espiritualidade, Cristo tentou abrir as picadas sinuosas de nossa ignorância espiritual, de nós, o grande número dos distantes do “caminho do bem”, as Almas, ou Espíritos encarnados. Jesus visou à moralização do homem sem reclamar para Si privilégios, sem ordenar “guerras santas” a pretexto de subjugar aqueles que não aceitassem Suas ideias, que não Lhe conferissem honras, e tudo começou numa noite de certa estrela... 


Nova era de grandes lições 

A maravilhosa claridade de um astro vaticinou o início de uma nova era de grandes lições que se irradiariam quais raios solares de manhã auspiciosa. Da paz de humílima manjedoura, passando pela exemplificação do trabalho probo em favor da subsistência doméstica, o Sublime Peregrino alcançou alguns rudes pescadores de inexpressiva aldeota, margeada por um lago; em seguida, estes se tornariam Seus amigos diletos e discípulos.

Após o primeiro encontro com aqueles humildes pescadores do pequeno povoado de Tiberíades, circunvizinhança da notável Cafarnaum, o Mestre pronunciou as primeiras doces e maviosas palavras que se transformaram em comovente peça sinfônica de luz e exemplos sublimados. O Evangelho atravessou milênios graças à fonte de amor e confiança brotada do fundo do coração daqueles homens simples e sensíveis. Os séculos passaram, passaram as gerações, mais e mais pessoas continuam enternecidas, ao relembrar os atos da vida do Nazareno, ainda que em certas datas de cada ano, glorificando-Lhe a suposta imagem triste e ensanguentada.  

Uns permanecerão aclamando-O “redentor”, enquanto outros falarão apenas de uma mera personalidade humana. De fato Jesus foi mesmo uma pessoa simples, oriundo de inexpressivo burgo da Palestina, sem amigos e parentes de prestígio, seja no clero de Sua época, seja na Roma dos césares imponentes. Para a materialidade, um herói inglório que teve como fado um madeiro infamante e uma coroa de espinhos; para a espiritualidade, um herói divino...  

Nenhum pensamento como o deste Herói foi capaz de resumir tamanho otimismo, de suscitar-nos o poder da fé, não essa fé imposta pelo dogma do terror do “fogo do Inferno”, mas a da confiança absoluta em nós mesmos. Essa fé é aquela que recobra e autoestima, ou reconhece Deus em nós, e lança mão de nossas potências capazes de “remover  montanha”; entenda-se por “montanha” a má vontade, os preconceitos e tudo que for contrário às boas normas da conduta individual e coletiva.  


A Maioria não compreende 

A maioria de nós não compreendeu ainda o real valor e a dimensão do puro pensamento de Jesus como roteiro indelével. Aos homens a quem falava, Jesus expressava-Se com simplicidade; em se tratando dos próprios discípulos, Ele Se aprofundava um pouco mais. Porém, nem mesmo estes últimos conseguiram captar o fundo de Suas ideias, o caráter estritamente espiritual de Seu magistério, muito embora o povo já estivesse apto a compreender o intuito de se adorar a um só Deus. Poucos dos que Lhe ouviram as sublimadas explicações, os esclarecimentos úteis e indispensáveis à educação da alma, puderam absolutamente entendê-Lo.  

Remetendo-nos ao Espírito Emmanuel pela psicografia de Chico Xavier: “Os filósofos e amigos ilustres da Humanidade falaram às criaturas, revelando em si uma luz refratada, como a do satélite que ilumina as noites terrenas; os apelos desses embaixadores dignos e esclarecidos são formosos e edificantes, nunca se furtam, todavia, à mescla de sombra; Cristo trouxe-nos a fonte da verdade positiva, o Sol que resplandece”.  

Principalmente Jesus veio auxiliar o grande número dos distantes do caminho do Bem, em outras palavras, Ele desvendou o mistério da felicidade espiritual para alívio do calvário de nossas dores físicas e morais. Dessa forma, Suas elucidações concorrem para o bom êxito da nobreza moral e intelectual da Humanidade, sobretudo sob a ciência do Consolador, porque esta a desenvolve e dá maior força. Cristo veio ao mundo em caráter muito especial, sem nenhum interesse próprio, sem exigir nada. Em tempo algum, teve Ele preferência por essa ou por aquela religião ou por aquela seita do Seu tempo e, aliás, Ele não criou religião nem seita alguma, tampouco sequer insinuou que Seus seguidores seriam chamados de “cristãos”, além de prescindir de reconhecimentos e louvores ostensivos. 

Religiosos das igrejas cristãs aguardam a volta de Jesus, acreditam piamente que Ele descerá do Céu sobre nuvens, logo em seguida a um sinal, assessorado por anjos e suas trombetas para reunir os escolhidos, segundo o evangelista Mateus. E se eu disser que Cristo já voltou e está entre nós desde 18 de abril de 1857? Duvida?... É questão de inteligência e boa vontade: quem tem boca de perguntar, que pergunte; ouvidos de ouvir, que ouça; olhos de ler, que leia... Estude a Doutrina Espírita!! 

Visite o blog Pensamento&Espiritualidade: http://pensesp.blogspot.com.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Jesus Cristo: o modelo a ser seguido


Jesus Cristo: o modelo
a ser seguido

 
– "Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo? – Vede Jesus.” (Questão 625 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.)



Sendo Jesus Cristo o guia e o modelo a ser seguido por nós, em realidade, o que estamos esperando para agir dessa forma? Tudo o que deliberarmos fazer de diferente dessa valiosa observação, por certo, nos colocará na contramão da lógica e da razão, e, por consequência, nos trará o reflexo da desobediência e da indisciplina em forma de reveses, dores e decepções.

Obviamente, a escolha será sempre nossa, pois que o livre-arbítrio é uma Lei Divina, onde cada qual vive de conformidade com o que pensa. Mas o bom senso nos recomenda observar a maneira como decidimos a nossa jornada terrena, pois que ninguém, em sã consciência e perfeita lucidez de raciocínio, deseja sofrer.

Contrariar as profundas e sábias lições de Jesus é, incontestavelmente, uma forma de semear espinhos que nos proporcionarão colheitas fartas de arranhões e ferimentos.

Sugere o Mestre, objetivando a construção de uma saudável vida social, que aprendamos a compreender as pessoas como elas são, despidos de egoísmo, preconceito ou exclusividades, pois que de nossa parte também temos necessidade de que nos entendam como somos.

Orienta que, diante de conflitos, rusgas ou pugnas, façamos uso do perdão e da tolerância, pois que ninguém, no estágio em que vivemos, consegue se relacionar com os outros sem causar algum tipo de mágoa, ressentimento ou coisa que valha.

Pede que estendamos as mãos àqueles que seguem vivendo em situação de penúria, aliviando-lhes os padecimentos e torturas, pois nenhum de nós sabe como será o nosso dia amanhã.

Informa que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, assim ensinando que os mais fortes precisam amparar os mais fracos, os mais poderosos socorrer os menos influentes, e os mais ricos não ignorar aqueles que vivem na pobreza.

Propõe que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, ministrando as lições da humildade e da simplicidade, e, ao mesmo tempo, condenando o orgulho, que nos faz pensar sermos melhores que os outros.

Anuncia que quem socorrer os "pequeninos" de toda ordem é a Ele mesmo que está a servir, pois que a Sua maior alegria é ver o bem sendo espalhado em todas as direções e o mal sufocado pelos nossos esforços.

Ampara Maria Madalena, a jovem que se prostituía, conversa com Nicodemos, o orgulhoso doutor da lei, e hospeda-se na casa de Zaqueu, o cobrador de impostos tido como de má vida, sem apresentar nenhuma censura ou reprimenda, acolhendo-os com carinho e ternura, propiciando-lhes a transformação, no tempo, sem qualquer acusação ou violência.

Diante da multidão faminta de esclarecimentos e gêneros alimentícios, falou da Boa Nova, mas não se esquivou do dever de alimentá-la também, multiplicando pães e peixes, socorrendo conjuntamente o coração e o estômago.

Dependurado injustamente numa cruz, vítima da incompreensão e da ignorância humana, ainda teve forças para rogar a Deus que perdoasse a humanidade, pois que, em suma, não tinha ela noção do que estava fazendo.

Como podemos observar, nitidamente, nada é mais novo e moderno do que as imprescindíveis lições de Jesus Cristo, que já são por demais conhecidas, porém, tão pouco praticadas.

Ou seguimos Jesus, o modelo e guia da humanidade, ou nos preparemos para longas temporadas de dissabores e infortúnios... A escolha é de cada um. 
 
Meditemos.