"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

terça-feira, 31 de julho de 2012

A SÍNDROME DE DOWN NA VISÃO ESPÍRITA


Paulo de Tarso, o extraordinário “Apóstolo dos Gentios”, em excelsa inspiração escreveu aos Gálatas (6:8) afirmando que se o homem semeia na carne, na carne expiará (ceifará a corrupção). Para quem tem “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, não interpretando a Escritura segundo a letra que mata mas segundo o espírito que vivifica, o apóstolo aponta para a necessidade do espírito humano, que haja cometido algum delito contra alguém ou praticado equívocos de conduta numa existência, em corrigir tal situação em existência posterior. Precisando dessa correção para alívio da própria consciência traumatizada pelo erro, vivencia a experiência da doença ou das deficiências físicas ou mentais. As leis divinas pois, não nos castigam mas nos auxiliam a retomar o caminho evolutivo normal. É o que ocorre com os espíritos que precisam da deficiência denominada Síndrome de Down, pela qual resgatam algum problema do passado.

O próprio Jesus, referindo-se a nossa inclusão nos mundos expiatórios afirmou que “…dali não sairíamos enquanto não pagássemos até o último ceitil”, referendando igualmente a necessidade evolutiva do Espírito humano. Nossas aflições no entanto podem advir não só de vidas anteriores como também desta mesma vida, como resultado de nossa imprevidência na atual existência.

A Síndrome de Down, é uma dessas situações ligadas a problemas de vidas anteriores.
Normalmente, cada uma das nossas células possui 46 cromossomos, que são iguais, dois a dois. A causa da Síndrome de Down no corpo físico, resulta daquilo que os cientistas chamam de “acidente genético”, devido á presença de um cromossomo 21 a mais nas células. É chamada de trissomia do cromossomo 21, erro que, segundo a Medicina, não está no controle de ninguém. Esse “acidente genético” que acarreta a Síndrome de Down ocorre em uma para cada 500 crianças nascidas, caracterizando-se por deficiência mental e anomalias no desenvolvimento ósseo e de vários órgãos internos, em 95% dos casos. Os demais casos também são explicados pela Ciência Médica, mas sempre do ponto de vista materialista ou físico.

Evidentemente o Espiritismo concorda com as informações das pesquisas médicas, obtidas no árduo e sério trabalho investigativo do homem na busca da etiologia das doenças.
O que a Ciência Espírita no entanto acrescenta é que o acaso não existe pois não há erro ou injustiça segundo a Doutrina Espírita. Aquele “acidente genético” ocorre na realidade pela presença do espírito, que tem alguma “conta” a acertar com a Justiça Divina e que se liga á célula ovo ou zigoto no momento em que esta se constitui na fecundação humana. Esse espírito tem um campo energético próprio, agindo não somente na atração dos gametas sexuais, como também na intimidade do zigoto, em plena elaboração do ser embrionário. 

Essa tese é espírita e é absolutamente racional como hipótese científica. A ciência materialista dita oficial, evidentemente, ainda não aceita tal tese, já que não investigou o espírito. Aos poucos no entanto vai chegar lá como já chegaram inúmeros pesquisadores e estudiosos das causas atuais e anteriores das doenças e deficiências que acodem á espécie humana. O novo paradigma da Medicina, em futuro bem próximo, tenho certeza, é aquele que admitirá, em bases científicas, a existência do espírito, como principal componente do homem integral, ou seja, do ser cósmico criado por Deus.

Agora mesmo, cientistas da Universidade do Texas, E.U., bem como do Instituto Weizmann de Israel, proclamam que óvulos se comunicam com espermatozóides, enviando-lhes sinais para guiá-los até às trompas de Falópio, tornando possível a fecundação, acreditando os pesquisadores que o sinal emitido pelo óvulo é um componente do líquido que o circunda.

Sem serem espíritas, confirmam a tese espírita de que todo efeito inteligente tem sempre uma causa também inteligente, podendo-se deduzir que pode estar ali o espírito reencarnante, ligado vibratóriamente á sua futura mãe, exercendo ação sobre o óvulo, atraindo depois o espermatozóide que lhe é afim por estar com ele sintonizado energeticamente, dentro da faixa evolutiva em que se encontra. Isso não é história não. São dados de pesquisas recentes do Dr Américo Domingues Nunes Filho, presidente da Associação Médico-Espírita do Rio de Janeiro.

De qualquer forma, precisamos respeitar e amar o deficiente, seja qual for a lesão de que seja portador.

A compreensão da Lei Divina da Reencarnação nos inspira nesse sentido.

Ciro Francisco Amantéa

sábado, 28 de julho de 2012

Frederico Menezes de Oliveira:

“O Espiritismo dialoga com a nossa vida”

O palestrante e médium pernambucano fala sobre seu trabalho no campo da assistência social e da divulgação da doutrina espírita
 




Frederico Menezes de Oliveira (foto) nasceu em Cabo de Santo Agostinho (1) e reside atualmente em Recife-PE. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Pernambuco, publicitário e consultor na área de marketing e recursos humanos, vincula-se à Sociedade Espírita Casa do Caminho, em sua cidade natal. Publicou 14 livros, editou 28 DVDs de palestras e 5 CDs, acumulando uma experiência que merece ser conhecida. De oratória vibrante, é pessoa muito querida no Nordeste.



Como foi seu contato inicial com o Espiritismo? 

Venho de uma família com relacionamento íntimo com a doutrina espírita. Meus avós maternos foram fundadores da primeira casa espírita da cidade do Cabo, na década de trinta, no século passado. Sempre acreditei em Deus, mas tinha dificuldade de entender o inferno, que eu achava incompatível com um Deus de Amor infinito. Com 12 anos de idade, li meu primeiro livro espírita - Nosso Lar -, oferecido pelo meu irmão Ronaldo que, ao lado de meu pai e amigos, fundou o Núcleo Espírita Ismael Gomes Braga. Ao ler Nosso Lar, vibrei, pois ali estava a comprovação de que não existia o inferno. A partir daí, comecei a estudar a codificação. Tinha, portanto, doze anos de idade. 

Desde quando faz palestras e como iniciou a tarefa? Qual foi o motivador inicial para falar em público? 

Há 31 anos que profiro palestras em quase todo o Brasil, mas, notadamente, na região Nordeste. No ano de 1980, ao chegar à instituição Ismael Gomes Braga, na cidade do Cabo, meu irmão Ronaldo solicitou minha colaboração para fazer uma pequena preparação do ambiente, algo de quinze minutos. Falei trinta minutos praticamente de um só fôlego e me senti "estranho", conquanto mantivesse plena consciência. A partir daí, não mais parei. O meu desejo de divulgar as belezas da doutrina foi o grande motivador. 

Quais as reações do público em suas palestras? Qual a maior necessidade do grande público que acorre às palestras? 

O público tem-se mostrado muito receptivo. Aliás, esta é uma característica da mensagem espírita – ela desperta profunda receptividade. O Espiritismo dialoga com a nossa vida, daí percebemos muita emoção por parte do público. Quanto à maior necessidade que este mesmo público apresenta, creio que seja do alimento que lhe sacie uma imensa sede de Deus, da compreensão da vida e do entendimento a respeito das dores e desafios. 

Qual sua preferência temática para as palestras? 

Sinceramente, não tenho preferência por temas. Desde jovem que tive a felicidade, na casa a que estava vinculado, de valorizar todos os aspectos da doutrina. Procuro estudar e oferecer o melhor ao meu alcance, a despeito das minhas grandes dificuldades pessoais. 

Em outras cidades e Estados, quais têm sido as temáticas predominantes, as mais solicitadas para abordagem? 

Tenho observado que, além dos temas relativos aos princípios espíritas, como mediunidade e reencarnação, os temas relacionados com as chamadas doenças da alma (depressão, angústia, superação dos medos etc.) têm sido muito solicitados. 

Qual a experiência mais marcante registrada nesses anos como palestrante? 

Tive muitas experiências interessantes, mas as mais marcantes estiveram ligadas à mediunidade. Posso recordar, certa feita, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, quando fazia uma abordagem sobre as características do ambiente da região onde Jesus se encontrara e um fenômeno de olorificação ocorreu, ou seja, um forte perfume invadiu o centro de convenções, causando forte emoção no público. 

E no tocante à mediunidade? 

Ah! foram vários momentos marcantes, mas os relacionados às comunicações de um ente querido desencarnado para alguém na plateia, sem que eu os conhecesse, causaram-me  grande emoção. Isto já ocorreu no Rio Grande do Norte, em Pernambuco, Sergipe e Campina Grande; é o que recordo no momento. 

Fale-nos sobre a Casa do Caminho. 

Fundamos esta instituição homenageando o trabalho social realizado pelos primeiros cristãos. Minha querida mentora, Marta, escreveu, certa feita, que os centros espíritas deveriam ter sempre algo daquela casa erguida pelo amor dos apóstolos para atender à dor de tantos. Simplicidade, dedicação, aconchego e busca sincera pela verdade, além do desejo ardente de fazer o bem. Nossa casa está localizada no bairro cidade Garapu e atende, hoje, centenas de famílias em três comunidades extremamente carentes. Realiza as atividades características de toda casa espírita, como evangelização infanto-juvenil, reuniões de estudo, tratamento espiritual etc. Temos, também, uma casa de socorro a famílias carentes no município de Goiana. Esta casa chama-se Núcleo de apoio cristão Casa do Caminho e fica em uma área rural com dois hectares, paisagem bucólica e onde podemos dialogar com dezenas de famílias carentes daquela região. 

Como você vê o MIEP? 

O Movimento de Integração Espírita Paraibano – conhecido pela sigla MIEP - já se firmou como dos mais expressivos do Nordeste. São milhares de pessoas que interagem no evento durante seus três dias e meio de programação, sempre com muita emoção e grande conteúdo doutrinário. Um marco na divulgação do Espiritismo que conta com grande participação de jovens durante os dias do carnaval. No próximo ano, o MIEP completará 40 anos. 

Algo mais que gostaria de acrescentar? 

Agradeço a oportunidade deste espaço, a generosidade dos amigos que nos honraram com a entrevista, o que muito nos estimula para prosseguir na tarefa que o Senhor nos confiou. Muita paz.

O consolador

quinta-feira, 26 de julho de 2012


Orar Sempre e Constantemente


Cale a boca das ansiedades, que clama vozes incongruentes, expressando inquietudes íntimas e faça silêncio para orar.

Tome com os lábios do coração o murmúrio da esperança e module a melodia da prece no país da alma, deixando que as brandas consolações que ressumbram dos apelos aos Céus harmonizem as emoções interiores em desalinho.

A oração é couraça de luz que defende por dentro, imunizando por fora.

Veículo dos soluços da Terra, converte-se em luz que jorra de cima como divina resposta em fulgurações inspirativas.

Orvalho refrescante acalma, consola e alimenta.

Em verdade não liberta dos sofrimentos nem afasta das provações…

Sol abençoado dilata a visão, facultando o discernimento e aclarando os limites do entendimento.

Filão de celestes dádivas gera o equilíbrio, conciliando a emoção por situar os filtros psíquicos de registro e captação de energias além das vibrações inferiores, em mais elevado campo de força mantenedora da vida físico-mental.

E como é fonte inexaurível de consolações, vibra em ondas de freqüências específicas nos centros do perispírito, atendendo à sintonia nervosa por compensações eletromagnéticas de longo alcance.

A oração é manifesta oportunidade de começar ou refazer, convocando o ser ao exame das questões afligentes com o alimento do tempo e do trabalho renovador para a superação de todo obstáculo no caminho de ascensão.

Orar, pois, para pedir e, orar, também, para agradecer.

Pedir, situando o pensamento nas nascentes sublimes da Vida Superior, e agradecer, para fixar as harmonias recebidas, experimentando o júbilo de quem, reconhecido e emocionado, captou a divina resposta.

Orar sempre e constantemente para sair da aflição, evitar a tentação, dominar a ira e entender o sofrimento – ignorado mestre – que segue com o Espírito estrada afora sublimando a imortalidade.

Amélia Rodrigues

quarta-feira, 25 de julho de 2012


 Intecepe 2012 – Acolher, Consolar e Esclarecer.




O Núcleo Espírita Sérgio Lourenço reuniu, no último dia 15 de julho,os Centros Espíritas do Agreste Norte Pernambucano para participarem das atividades do Intecepe 2012 – Integração dos Centros Espíritas de Pernambuco, que este ano traz o tema: Acolher, Consolar e Esclarecer.

Num agradável clima de acolhimento fraternal, os representantes da Federação Espírita Pernambucana deram início as atividades com as boas-vindas e em seguida ao Simpósio sobre o tema central do Intecepe com Sueli Mesquita e Cristina Pires. Após o intervalo para o almoço, os participantes reuniram-se para Estudo de Casos, Apresentação dos Resultados, e a costumeira Conversa da FEP com as Instituições Espíritas. O encerramento se deu com as despedidas e a Prece Final.

Estamos agradecidos ao Mestre Jesus pela oportunidade deste encontro anual, que vem enriquecer nossos serviços de atendimento ao próximo no NESL, através das orientações da FEB, baseadas nos Evangelhos e na Codificação, e com a troca de experiências entre os irmãos dos Centros da região.

 Agradecemos também, a presença e a participação de todos, em especial aos trabalhadores do NESL que operosos colaboraram para o acolhimento e alimentação dos participantes. Que O Divino Mestre derrame sobre todos suas bênçãos de luz e paz.

terça-feira, 24 de julho de 2012


Decálogo da reforma moral



            1 - Faça um mergulho dentro da sua intimidade, para conhecer-se por dentro, relacionando os seus principais defeitos num caderno ou numa folha de papel.

            2 - Pratique o bem sem cessar, dedicando cada vez mais o maior empenho nas tarefas de auxílio ao próximo, certo de que a laborterapia é excelente recurso para  a nossa saúde mental.

            3 - Ponha em Deus toda a sua confiança, utilizando a oração habitualmente ao acordar, ao recolher-se e às refeições.

            4 - Repila, com veemência, todas as sugestões inferiores, recorrendo, se preciso, ao seu protetor espiritual.

            5 - Não dê curso aos maus pensamentos, recordando que Jesus nos recomendou: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”.

            6 - Realize o culto cristão no lar, pelo menos uma vez por semana.

            7 - Utilize, sempre que se sentir enfraquecido moral ou organicamente, o passe e a água magnetizada.

            8 - Mantenha um programa permanente de leitura e estudos selecionados, para assegurar a elevação de sua alma e a clareza de suas ideias.

            9 - Faça uma reflexão diária sobre os atos de sua vida, efetuando periodicamente uma análise pormenorizada dos atos praticados e do cumprimento ou não do presente decálogo, ciente de que a elevação do padrão vibratório não é obra de alguns minutos ou de alguns dias.

            10 - Antes de qualquer ato, projeto, reação ou decisão, faça, intimamente, a você mesmo estas quatro perguntas e, se nas respostas encontradas ocorrer alguma negativa, abstenha-se de praticar o ato, a menos que você deseje que suas aflições do presente se estendam às existências futuras, constituindo um obstáculo à sua felicidade:

             -  O que tenho em mente:

            * Agrada a Deus? (Mateus, 22:34 a 38)
            * Beneficia o meu próximo? (Mateus, 22:39 e 40)
            * Auxilia o progresso da comunidade? (L.E., 132 e Tiago, 2:17 a 2:26)
            * Convém ao meu futuro espiritual? (Paulo, 1a Epístola aos Coríntios, 6:12)

Alternativa


            1 - Faça um projeto bem simples de reforma moral seguindo a sugestão dada por Jason de Camargo, em que devemos eleger alvos viáveis; por exemplo: o cultivo da bondade e a eliminação da mentira.

2 - Assim, a partir da execução do projeto, busque eliminar a mentira em qualquer situação, adotando sempre a verdade nua e crua, sem utilizá-la para ferir pessoas mas dosando-a na medida das necessidades de um bom convívio familiar e social. De igual forma, procure praticar a bondade com todas as pessoas, vinte e quatro horas por dia: bondade no falar, bondade no ouvir, bondade no agir, bondade com os filhos, bondade com os netos, bondade com os colegas de trabalho, bondade no trânsito, bondade no lar, bondade na Casa espírita.

3 - Semanalmente avalie a execução do projeto, solicitando o auxílio expresso de Deus, dos amigos espirituais e dos Espíritos familiares, para que ele seja realmente cumprido.

4 - Lembre que não é importante destacar possíveis defeitos, mas, sim, ter em mente a meta projetada, que é abolir a mentira e cultivar a bondade.

terça-feira, 17 de julho de 2012


CULTURA DA MORTE

 
Ainda vivemos mergulhados na cultura da morte. Vamos nos deter em nosso país: alem das muitas mortes nas estradas, da violência nas ruas e da fome ( sim, ela ainda mata e muito por aqui ), avança-se na direção da legalização do aborto. A violência, para usar uma expressão tão em voga, é multidimensional, multifacetada. Interessante é que muitos que clamam por uma sociedade justa ( e entendendo isso como uma sociedade pacificada ) são os que defendem  o esfacelar da vida no ventre materno, seja em caso da anencefalia ou daqueles que foi proposto pela "comissão" junto ao senado, quando a mulher não teria condições psicológicas de ser mãe.

Fica claro a tremenda incoerência que permeia os que pensam e defendem tais ideias. A vida não é vista como o grande bem do universo. Apoiam os direitos da mulher ainda que estes direitos firam o primeiro de todos os direitos pertinentes aos seres humanos: o direito à vida. A subjetividade com que se defrontarão os avalistas dos casos referentes às condições psicológicas inexistentes em certas mulheres que estão grávidas parece não ser levado em conta. E nem mesmo as "falsas" impossibilidades que podem surgir no já tradicional jeitinho brasileiro de se encontrar brechas para se extrair vantagens ( se é que existem vantagens nestes casos ). Acrescente-se à isso a prática contumaz da corrupção, capaz ( alguém duvida ? ) de proporcionar as condições "adequadas" para que uma mulher aborte.

A cultura da morte persiste numa sociedade materialista e limitada em sua visão de vida. E a morte pode ser autorizada sobre tantas vidas. ( a dos que deliberam a respeito já está preservada, não é mesmo?)
Sinceramente, como sair às ruas clamando por um mundo justo e em paz defendendo a cultura da seleção, quem deve ou pode nascer? A sociedade "humanista" não considera seres humanos os que são diferentes de si, pois, anencéfalos e outros que apresentam alguma anomalia, estariam fadados à morrer ( ou acreditam que o aborto do anencéfalo aprovado não abrirá outros precedentes ?). A própria condição de serem fetos já seria ( no caso dos que defendem a legalização do aborto ) motivo de diferenciá-los de um ser humano como se conhece, afinal, não nasceram ainda!

Há quem mate mendigos e prostitutas, drogados ou negros, pobres ou pertencentes a uma religião não aceita por eles... há quem mate os que são fetos ou que são limitados em sua formação fetal. Com certeza, argumentarão que não é a mesma coisa. E sei, sim, que muitos que defendem o aborto jamais matariam os elementos que citei acima. Desejo apenas fazer pensar por outro ângulo que podemos estar apoiando aquilo que dizemos combater. Quem deseja a paz não pode ansiar por algum tipo de morte. Quem prega direitos humanos, não pode esquecer que o ser humano o é, no ventre ou fora dele. Quem não suporta ouvir o gemido de alguém agredido no dia a dia do mundo deve apurar os ouvidos e saber que se pode "escutar" o grito silencioso de quem deseja nascer e experienciar o que tivemos direito de fazê - lo. Enfim, jamais fazer aos outros o que não desejamos para nós.

Só quando a cultura da vida for, coerentemente, experimentada em nós, seremos capazes de conquistar um mundo equânime, generoso, justo e harmônico. Defender o ser humano e o aborto, na prática, é como conciliar água e óleo.

sábado, 14 de julho de 2012


Do átomo ao anjo: a evolução do princípio inteligente 



Nasce o nosso Universo

Há 13,7 bilhões de anos, tudo o que existia estava concentrado em um só ponto, que um cientista denominou de átomo primitivo ou ovo cósmico. Seu tamanho era trilhões e trilhões de vezes menor que a cabeça de um alfinete; era rico em energia altamente condensada, a ponto de seu calor ser de bilhões e bilhões de graus Celsius.
De repente, sem que se possa saber por quê, ele se inflacionou ao tamanho de uma maçã. E então explodiu, ejetando violentamente em todas as direções a energia e os conteúdos nele contidos.
Essa energia se condensou fortemente e produziu as partículas elementares da matéria. Nos primeiros três minutos, essas partículas formaram os átomos e daí o hidrogênio e o hélio, os elementos químicos mais simples e os mais abundantes do universo.
Enquanto isso, a energia ejetada, junto com as partículas elementares, formou uma incomensurável nuvem que se expandiu mais e mais. Lentamente, depois de uma grande disparada em todas as direções, ela começou a se esfriar e ganhar densidade. Deste processo se formaram as grandes estrelas vermelhas.
Elas funcionaram, por alguns bilhões de anos, como fornalhas ardentes dentro das quais ocorreram explosões atômicas de magnitude extraordinária. Lá se forjaram os principais elementos que estão presentes em todos os seres: o ferro, o carbono, o ouro, enfim, os 92 elementos básicos que compõem todos os seres e cada um de nós. Da morte de uma dessas estrelas se formaram a nossa galáxia, o nosso Sol e o planeta Terra.
O exposto acima é o que os cientistas denominam de Big-Bang, ou seja, a grande explosão. 

E Deus com isso? 

O problema de Deus aparece quando se colocam as seguintes questões: O que havia antes do começo? Quem deu o impulso inicial? Quem sustenta o Universo como um todo e todos os seres para que continuem a existir e a se desenvolver?
Nada? Mas do nada, nada pode vir.
Antes do Big-Bang, existia Deus, que existe de toda a eternidade.
Existiram também muitos outros universos, pois Deus jamais esteve inativo. Esses universos foram criados por sua vontade, cumpriram seu papel (campo de desenvolvimento do Espírito) e tiveram sua matéria colapsada, para ressurgir depois, qual a lendária ave mitológica, Fênix, que renascia das próprias cinzas. Pois um mundo formado desaparece e a matéria que o compõe se renova.
Essa teoria encontra ressonância no pensamento do Espírito André Luiz: Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.
Pronto o universo, o princípio espiritual poderá iniciar a longa marcha rumo à perfeição relativa que lhe é destinada.
Ao mesmo tempo em que vem criando, desde toda a eternidade, mundos materiais, Deus há criado, desde toda a eternidade, seres espirituais. Se assim não fora, os mundos materiais careceriam de finalidade.
Os mundos materiais teriam de fornecer aos seres espirituais elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências.

Nasce o princípio inteligente

A razão de ser do Universo é o desenvolvimento do Espírito humano. Pronto o Universo, o princípio inteligente poderá iniciar sua longa marcha rumo à perfeição relativa que lhe é destinada.
Deus renova os seres vivos como renova os mundos.
Indestrutível, o princípio espiritual se elabora nas diferentes metamorfoses que sofre, estagiando nos reinos mineral, vegetal e animal, antes de adquirir a razão e identificar-se com a humanidade.
Quanto à origem do princípio inteligente nada sabemos.
Segundo alguns, trata-se de uma emanação da Divindade.
As propriedades sui generis que se reconhecem ao princípio espiritual provam que ele tem existência própria, pois que, se sua origem estivesse na matéria, aquelas propriedades lhe faltariam, desde que a inteligência e o pensamento não podem ser atributos da matéria.
Aos nossos olhos não tem uma forma determinada, pode ser comparado a uma chama, um clarão ou uma centelha etérea, cuja cor varia do escuro ao brilho do rubi, conforme a sua pureza; com alta capacidade de proporcionar impulsos e abrigar experiências que se transformam em estruturas definitivas e cada vez mais complexas.
Foi criado simples, ignorante, mas dotado de perfectibilidade. Simples, porque único, formado de uma só parte, homogêneo. Ignorante porque sem conhecimento, experiência e aquisições. Perfectível porque dotado da potencialidade do progresso, de um projeto íntimo de desenvolvimento, de um propósito no sentido de haver um movimento na direção de mais diversidade, complexidade e cooperação.

O princípio inteligente se veste de matéria

Criado, deveria ligar-se à matéria, laço que prende o Espírito e instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce a sua ação. Essa ligação se dá através da formação de um campo de influência não física. Semelhante ao campo gravitacional, ou ao campo eletromagnético (o ímã atraindo as limalhas de ferro), o campo criado pelo princípio inteligente será uma zona de influência onde ele irá comandar a unificação dos átomos e a elaboração da vida nos diferentes reinos da natureza. Mas o elemento espiritual é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário. Com o princípio inteligente, portanto, nasce um envoltório sutil, fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. Como toda matéria, esse campo de energias sutilíssimas é extraído do fluido cósmico universal, a energia primitiva do universo, que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial.
Esse envoltório fluídico vai aprimorar-se passo a passo com o princípio inteligente, constituindo-se, oportunamente, no corpo espiritual (perispírito).

No reino mineral, a atração

O princípio inteligente, liga-se, então, através de seu envoltório de energias sutis, à matéria recém-formada, aos átomos, e partículas subatômicas, preparando-se para elaborar em si mesmo o princípio da atração, primeira aquisição do princípio inteligente, enquanto ainda no reino mineral.
A Lei de atração rege os elementos intra-atômicos, forças muito poderosas mantêm unidas as subpartículas atômicas. Nesse longo estágio junto ao reino mineral, o princípio inteligente adquire a capacidade de unir, aglutinar, atrair, que lhe será de inestimável valor no futuro.
O reino mineral propicia a solidez, a conquista simbólica da estrutura óssea do princípio espiritual. 

A vida surge na Terra 

O longo estágio junto ao reino mineral capacitou o princípio inteligente na arte de unir, aglutinar, agregar. Ele encontrava-se, agora, apto a avançar em sua autoelaboração, adquirindo outras propriedades: irritabilidade, sensibilidade, memória, instinto etc. Ele faria isso nos milhões de anos em que iria estagiar nos reinos vegetal e animal.
O planeta encontrava-se pronto para receber a vida e o princípio inteligente apto a atuar na reunião dos elementos químicos que daria nascimento às primeiras formas de vida na Terra.
A Terra havia se formado da condensação da matéria disseminada no espaço. A explosão de uma estrela vermelha (supernova) lançou uma nuvem de gás e de elementos por todos os lados. Lentamente, esses gases ganharam consistência por força da gravidade. Nasceu o Sol que conseguiu atrair ao seu redor os planetas que se formaram a partir dos detritos da explosão anterior. Um desses planetas era a Terra. Isso foi há cerca de 4,6 bilhões de anos.
Por 800 milhões de anos a Terra permaneceu como um mar de fogo devido sua origem estelar e aos meteoros que caíam brutalmente sobre ela, mas aos poucos foi criando uma crosta que lhe facilitou o esfriamento. A distância adequada do Sol e o equilíbrio criado pela gravidade que retinha os líquidos criaram as condições do surgimento de uma atmosfera, capaz de acolher a vida.
Segundo uma hipótese, há 3,8 bilhões de anos, gases da atmosfera primitiva (metano, amônia, Hidrogênio, e vapor de água), num ambiente onde predominavam descargas elétricas e raios ultravioletas, culminaram na formação dos aminoácidos e bases nitrogenadas, unidades básicas das proteínas e dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). Com as moléculas essenciais à vida, envolvidas por delicada camada lipídica nasciam as bactérias primitivas.
Os corpos dos seres vivos se formaram pela reunião das moléculas elementares, em virtude da lei de afinidade, à medida que as condições da vitalidade do globo foram propícias a esta ou àquela espécie.
De acordo com outra hipótese, as primeiras formas de vida, ou as moléculas químicas essenciais à vida, vieram para a Terra, de outras regiões do universo.
Seja correta uma ou outra hipótese, isso não se deu por forças cegas do acaso. O princípio inteligente ali se encontrava, com seu poderoso campo magnético, criando as condições para que as reações químicas se verificassem de forma a permitir a eclosão da vida.

O Divino Escultor

Na direção de todos os fenômenos do nosso sistema existe uma comunidade de Espíritos Puros, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida. Jesus é um dos membros dessa comunidade. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhe o equilíbrio futuro na base dos corpos simples de matéria. Organizou o cenário da vida, criando o indispensável à existência dos seres do porvir. Fez a pressão atmosférica adequada ao homem e estabeleceu a camada de ozônio, para que filtrasse convenientemente os raios solares. E, finalmente, os artistas e técnicos da espiritualidade maior, sob a assistência amorosa do Cristo, colaboraram na edificação do mundo das células, a construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros, culminando com o aparecimento dos primeiros hominídeos. 

Como se deu a evolução

A evolução dos seres vivos a partir de espécies inferiores é um fato indiscutível na ciência. O estudo dos fósseis mostra que bactérias sem núcleo individualizado evoluíram para seres unicelulares com membrana nuclear e organelas um pouco mais complexas. Posteriormente a cooperação entre esses seres minúsculos fez com que surgissem formas de vida pluricelulares e, assim, numa cadeia de complexidade crescente, foram aparecendo os vegetais, animais inferiores, animais superiores e o homem.
Se considerarmos apenas os dois pontos extremos da cadeia, nenhuma analogia aparente haverá; mas, se passarmos de um anel a outro sem solução de continuidade, chegamos, sem transição brusca, da planta aos animais vertebrados. Compreende-se então a possibilidade de que os animais de organização complexa não sejam mais do que uma transformação, ou, se quiserem, um desenvolvimento gradual, a princípio insensível, da espécie imediatamente inferior e, assim, sucessivamente até o primitivo ser elementar.
Acompanhando-se passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior.
O que se discute é como isso se deu. A hipótese mais aceita pelos cientistas associa duas ideias: a seleção natural, proposta por Russel Wallace e Charles Darwin no século XIX, e o Mutacionismo, ideia apresentada por Hugo de Vries. Em conjunto, essas ideias são denominadas de Neodarwinismo.
As mutações são transformações na molécula do DNA. Como o DNA é o molde em que a célula se orienta para sintetizar as suas proteínas, modificações no DNA serão acompanhadas por mudanças nas proteínas da célula e consequentemente mudanças em sua forma e função.
Muitas mutações são prejudiciais (causando doenças de origem genética) ou neutras (não tendo nenhum efeito sobre as proteínas). Um número minúsculo de mutações, no entanto, pode ser vantajoso, possibilitando que alguns indivíduos sobrevivam e se reproduzam de forma mais eficiente que os demais (seleção natural).
Assim, o neodarwinismo explica o surgimento de novas espécies (mutações sofridas pelas espécies anteriores) e desaparecimento de espécies antigas (não foram suficientemente aptas para sobreviverem na luta pela vida). Calcula-se que 99% das espécies existentes no passado desapareceram.
Mas para o Neodarwinismo tudo isso se deu sem um propósito, uma finalidade, e sim como resultado das forças cegas do acaso, o que é ilógico, pois forças cegas do acaso não podem produzir seres altamente complexos e inteligentes.
Para tornar lógica a proposta neodarwinista, é preciso que se admita a existência do princípio inteligente, o comandante invisível do processo evolutivo.
A evolução das espécies em geral e do homem em particular se deu em dois estados de vida: o material e o espiritual. Os “elos perdidos da evolução”, ou seja, seus fenômenos inexplicáveis se deram na dimensão espiritual, longe das lentes investigativas dos cientistas. O princípio espiritual funciona como um design inteligente  com seu corpo etéreo constituído de energias sutis, que funciona como campo modelador da forma física. As conquistas evolutivas do princípio espiritual vão sendo plasmadas no corpo físico e no corpo espiritual simultaneamente, em suas experiências nos dois planos de vida.
Podemos considerar ainda a atuação dos biólogos do plano astral que, sob a supervisão amorosa de Jesus, acompanham o progresso do mundo, intervindo, quando necessário, nos corpos espirituais das formas evolutivas, durante o estágio no plano espiritual. Essas intervenções poderiam responder pelas mutações necessárias ao desenvolvimento das novas habilidades.

A viagem do princípio inteligente

Criado simples e ignorante, o princípio inteligente vai encontrar os recursos de que necessita para seu aprimoramento nas experiências que terá junto às diferentes espécies biológicas, em sua longa jornada evolutiva. O corpo é simultaneamente o envoltório e o instrumento do princípio inteligente e, à medida que este adquire novas aptidões, reveste ele outro invólucro apropriado ao novo gênero de trabalho que lhe cabe executar.
São as vivências do ser espiritual, ora no plano físico, ora no plano extrafísico, que vão enriquecê-lo em sua estrutura íntima e, simultaneamente, aprimorar seu envoltório fluídico.
Nesse ir e vir, o princípio espiritual vai atravessar os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais complexa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.

No mineral: a atração

Como fase inicial, o princípio espiritual estaria a influenciar as organizações atômico-moleculares do reino mineral. Seria como que um eixo energético intrometido no âmago dos átomos e moléculas, convidando-os à união.
Esse eixo energético criaria, com suas vibrações, o campo de agregação refletido nas forças de atração e coesão, a determinar a concentração das energias e respectiva condensação nos átomos e arrumações moleculares.
Assim, a organização mineral seria a consequência de um poder na intimidade de suas unidades atômicas, a conduzirem ordenadamente o processo agregativo.
Na intimidade do mineral, o princípio inteligente absorveria experiências, e fora dele arregalaria posições renovando-se; a fim de exercer novos potenciais de orientação com forças reconstruídas e sempre mais complexas pelas vivências anteriores de idênticos fenômenos. Nesse ir e vir, dentro ou fora da matéria, já existiria o princípio reencarnatório em ação.

No vegetal: a sensação

Adquiridas as experiências possíveis junto ao mineral, o princípio inteligente estaria apto a iniciar-se no reino vegetal.
Agora, além das aquisições da fase anterior (mineral: atração), ganharia, na fase vegetal, os novos potenciais da sensibilidade. A sensibilidade referida aqui nada tem a ver com as reações complexas do Espírito mais elaborado na fase hominal.
A sensibilidade conquistada junto ao reino vegetal se refere a reações aos estímulos, o desenvolvimento de respostas harmônicas aos diferentes estímulos do meio ambiente.

No animal: o instinto

O princípio espiritual maturado e elaborado no reino vegetal, em épocas incontáveis, teria que despertar em novas posições como exigência de seu impulso interior. Assim, ele buscará novo degrau evolutivo para afirmações, manifestando-se no reino animal.
A condição que caracterizaria o princípio espiritual nesta fase seria a aquisição do instinto; a princípio, nos animais inferiores, bastante simplificados, posteriormente, nos mamíferos, pelos órgãos mais bem trabalhados, apresentar-se-ia com mais alta e apurada eficiência, preparando para, mais à frente, ingressar no reino da razão.

No homem: a razão

Acredita-se que o homem tenha conquistado a razão e, consequentemente, o livre-arbítrio e a plena responsabilidade por seus atos há cerca de 200 mil anos. No entanto, homens pré-históricos, com a roupagem física bem semelhante à nossa forma atual, surgiram antes, há cerca de 3 milhões de anos, quando o córtex frontal, a área mais nobre do cérebro, já estava pronto.
O desenvolvimento da consciência não se deu de forma brusca, foi sendo elaborado durante milênios em existências sucessivas nos primatas superiores e posteriormente em várias espécies do gênero Homo.

Alma grupo da espécie

Em O Livro dos Espíritos lê-se: É nos seres inferiores da criação que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida. (607-a)
Individualizar-se, segundo o dicionário, é o mesmo que considerar-se uma coisa isoladamente. Em consonância com essas ideias, alguns pensadores evolucionistas apresentaram a hipótese da alma grupo da espécie, segundo a qual o princípio inteligente, em suas vivências nos reinos inferiores da natureza, ainda não se encontra individualizado, ou seja, caminha evolutivamente em associação com seres da mesma espécie.
Nas espécies mais simples, o princípio espiritual estaria mais preso aos seus afins, formando junto deles um campo de influência coletiva, a alma grupo da espécie, que teria como finalidade controlar a espécie em que se destina. Seria, portanto, um dinamismo conjunto que dirige colônias minerais, vegetais e animais mais simples.
À medida que as espécies vão perdendo o contato da colônia, resultado da própria evolução, se individualizam, passando a depender unicamente de si mesmas.
Segundo essa hipótese, podemos entender por que a sociedade dos insetos como as abelhas, formigas e cupins, instintivamente, desenvolvem atividades perfeitas e complexas, impossíveis de serem explicadas de outra forma.

Os ensaios biológicos e as destruições em massa

Como entender o surgimento de tantas espécies que deveriam desaparecer com o tempo? São documentados pelo menos meia dúzia de casos de extinções em massa de seres vivos, desde o aparecimento da vida na Terra. A mais recente delas, há cerca de 65 milhões de anos, levou ao desaparecimento dos grandes répteis, quando um meteoro de mais ou menos 10 km de diâmetro caiu no golfo do México. Se o princípio espiritual funciona como um design inteligente, como entender o surgimento de formas animais que não deveriam prevalecer com o tempo?
Primeiro, é preciso entender que o princípio espiritual, como um design inteligente, traz em sua estrutura íntima um propósito de evolução, uma força que o impulsiona para frente, um significado, uma razão de ser e de existir: o progresso.
Ele não traz, ao contrário do que pensam alguns, um mapa pronto e arrematado que lhe compete apenas copiar e seguir. Se assim fosse, estaria prevalecendo a ideia da predestinação, o que contraria o princípio da lei do esforço pessoal. Para que haja crescimento é preciso que existam escolhas, erros e acertos, que serão elementos necessários na aquisição de experiência.
As espécies biológicas que surgiram e desaparecerem devem ser colocadas na conta de ensaios biológicos experimentados pelo princípio inteligente, que buscava o melhor caminho para chegar ao seu destino.
Não há um plano determinado; as coisas poderiam ter-se dado de uma forma diferente. Alguns caminhos poderiam ter sido tentados até que verificassem que eram becos sem saída. A evolução é criativa e não prefixada.
Quanto às destruições em massa, é preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, pois isso a que chamamos destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e a melhoria dos seres vivos.
A destruição em massa dos grandes répteis permitiu que um pequeno símio, do tamanho de um camundongo, que vivia fugindo dos dinossauros, encontrasse espaço para viver livremente. Esses minúsculos símios, alguns milhões de anos depois, se diversificaram nos grandes primatas que foram a matriz para o surgimento da espécie humana, há cerca de 3 milhões de anos.
Concluindo: o homem, sob certo aspecto, é filho da grande tragédia que culminou com a extinção em massa dos répteis pré-históricos.