"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

sábado, 20 de outubro de 2012

A Imortalidade do Ser Humano



A crença na imortalidade é, segundo Léon Denis (1846-1927,  uma das “[...] mais difundidas nas filosofias e nas religiões do Oriente e do Ocidente. Do ponto de vista filosófico pode assumir duas formas diferentes: 1ª a crença na imortalidade da pessoa individual, ou seja, da alma humana em sua totalidade; 2º a  crença na imortalidade daquilo que a pessoa individual tem em comum com um princípio eterno e divino, só da parte impessoal da alma.” 1 Para o filósofo grego Platão (428/427-348/347), esta crença “[...] é o laço de toda a sociedade; despedaçai esse laço e a sociedade se dissolverá.”2

O conceito de existência e sobrevivência da alma  é admitido desde os tempos imemoriais, mas foi consolidado com as ideias de Sócrates, Platão, Pitágoras e dos filósofos órficos. Divulgado na Idade Média, foi acrescido das interpretações da teologia cristã pelos pais da Igreja, como Agostinho e Tomás de Aquino. No Renascimento o conceito era lugar comum, amplamente divulgado. Na Idade moderna sofreu uma reviravolta, sobretudo com a chegada do positivismo de Auguste Comte (1798-1857) que, com a sua doutrina do culto à razão,  rejeitava Deus e a imortalidade da alma. Na Idade Contemporânea, o conhecimento humano progride vertiginosamente e, com o desenvolvimento da Psicologia e da Parapsicologia, o mundo científico passa a se interessar pela paranormalidade, aceitando-se que o homem possui algo de transcendental, preexistente à formação do corpo físico.

Mais tarde, os Fenômenos de Quase Morte se destacam, sobretudo os trabalhos conduzidos por Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004), médica suíça naturalizada americana. Esta respeitável psiquiatra obteve importantes observações de pacientes terminais que retornaram ao corpo após parada cardíaca ou estado comatoso. A maioria desses pacientes não só relataram aspectos da vida além da matéria e o encontro com Espíritos já falecidos, como puderem, por si mesmos, atestarem a imortalidade do Espírito.

As pesquisas desenvolvidas pelo psiquiatra canadense, Ian Stevenson (1918-2007), ao longo de décadas e em diferentes partes do mundo, acumularam um número significativo de casos de pessoas que tinham reminiscências de outras existências e de experiências vividas no plano espiritual, após a morte do corpo.

Segundo a Doutrina Espírita, “[...] chamamos alma ao ser imaterial e individual que reside em nós e sobrevive ao corpo .[...].”A questão de aceitar, ou não,  imortalidade da alma, e consequentemente a sua capacidade de se comunicar com os encarnados, reside na ideia que se tem de alma. Para muitos indivíduos, a alma é uma abstração, para outros é um ser destituído de uma forma precisa, espécie de luz ou clarão. Outros têm uma visão confusa, com base em suas convicções  religiosas. O progresso da Ciência, contudo, permitirá que o a imortalidade da alma, sua sobrevivência e manifestação no plano físico sejam comprovados.

A sobrevivência da alma depois da morte está provada, de maneira irrecusável e de alguma sorte palpável, pelas comunicações espíritas. Sua individualidade está demonstrada pelo caráter e pelas qualidades próprias de cada uma; essas qualidades, distinguindo as almas umas das outras, constituem a sua personalidade; se elas estivessem confundidas num todo comum, não teriam senão qualidades uniformes. Além dessas provas inteligentes, há ainda a prova material das manifestações visuais, ou aparições, que são tão frequentes e tão autênticas, que não é permitido contradizer. 4

Referências
  1. DENIS, LÉON. Cristianismo e espiritismo.  7 ed. Rio de Janeiro: FEB, cap. XI, p. 238.
  2. ABBAGNAN0, Nicola. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi e Ivone Castilho Benedetti. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 542.
  3. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Introdução II, p.25.
  4. DENIS, LÉON. Depois da morte. 13 ed. Segunda  parte, cap X,  p.127 a 132.

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