ESPINHOS
Todos conhecemos um sábio provérbio que diz: não há rosas sem espinhos.
A comparação é interessante, pois, sendo bela, a rosa representa as
conquistas sublimadas do ser imortal, e os espinhos são os riscos que
corremos e os obstáculos que encontramos em nossa caminhada evolutiva.
Objetivando a reflexão, nos termos que a abençoada Doutrina Espírita
nos oferece, perguntaríamos: se a rosa tem espinhos, estamos
desobrigados quanto a sua colheita? Se nossa evolução apresenta
obstáculos, estarÍamos autorizados por Deus a não trilhá-la?
E como complemento, usaremos as palavras de Jesus citadas pelo
evangelista Lucas (6 : 44): “Nem vindimam (cachos de) uva da sarça”.
Reflitamos: se as sarças não produzem uvas, devemos cruzar os braços e
permitir que as mesmas se alastrem pelo campo?
Segundo as respostas do Espírito da Verdade (“O Livro dos Espíritos” – “Das Leis Morais”) o campo deve ser cultivado, se
almejamos colheita proveitosa. Portanto, se as sarças não produzem uvas,
é nossa obrigação arrancá-la e realizar novo plantio!
No contexto bíblico, as palavras de Jesus citadas acima foram usadas
no sentido de conhecermos a árvore pelos seus frutos. Kardec, em “O
Evangelho segundo o Espiritismo” também usa essa referência, para nos
mostrar que pelas obras se conhece o trabalhador.
Pensando nesse sentido, podemos refletir: será que as pessoas têm
condições de render aquilo que delas esperamos? Muitas vezes, o pouco que
fazem, nas mais variadas situações, está próximo do seu máximo… E o
fruto que almejamos está acima da capacidade momentânea da árvore...
Nossa intervenção, segundo o Espiritismo, deve ser a de fomentar a
sua produção, através da irrigação, poda, adubação, pulverização… Caso
identifiquemos, na jornada espírita, irmãos que pouco rendem à doutrina e
ao Evangelho, sejamos bondosos ao ponto de não exigirmos delas aquilo
que não podem oferecer, mas estimulemos o seu crescimento, para que
melhorem sua produtividade.
No livro “Caminho, Verdade e Vida”, Emmanuel nos trás uma pergunta
interessante, refletindo sobre o mesmo versículo escrito por Lucas:
- “… Teria Jesus assumido a paternidade de semelhante assertiva, para que cruzemos os braços em falsa beatitude?”
Seria correto, ao identificarmos um irmão menos interessado na seara
do Cristo, simplesmente ignorá-lo? Se fôssemos nós esse irmão
desinteressado (segundo os critérios dos Espíritos superiores),
agradar-nos-ia se esses irmãos maiores nos ignorassem?
Colhamos as rosas do amor e do conhecimento, sem nos amedrontarmos perante os espinhos da ignorância, do orgulho e do egoísmo.
Fórum Espírita
Nenhum comentário:
Postar um comentário