Viver – Um direito de todos
Quando o ser humano já começava a
apresentar condições para conhecer os princípios elementares da justiça,
a Providência Divina enviou, através da mediunidade de Moisés, a
primeira revelação das Leis de Deus, os Dez Mandamentos. Destes, o
quinto mandamento observa objetivamente: “Não Matarás”. Direito, claro, inquestionável, não suscita dúvidas e não abre exceções.
O Evangelho de Jesus, destacando a
magnitude da Lei de Amor, ratifica esse mandamento e lhe amplia a
compreensão, assim como a Doutrina Espírita quando observa: “Qual o
primeiro de todos os direitos naturais do homem? R.: “O de viver. Por
isso ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante,
nem de fazer o que quer que possa comprometer a sua existência
corpórea.” (O Livro dos Espíritos, Ed. FEB, q. 880.)
Para as Leis Divinas, portanto, o ser
humano tem o pleno direito de viver e o dever de preservar sua vida, não
havendo nenhuma restrição a esse direito decorrente das deficiências
físicas, mentais, morais ou sociais que apresente.
Os Espíritos superiores, desde a metade
do século XIX, esclarecem que a união da alma ao corpo, na reencarnação,
começa na concepção (Op. Cit., q. 344), e a ciência dos homens, por sua
vez, evoluindo nas suas pesquisas, já reconhece que o ser humano começa
a existir no momento da concepção. Com esta convicção, as leis humanas,
também evoluindo nos seus conceitos e aproximando-se cada vez mais das
Leis Divinas, já asseguram ao ser humano, em muitos países, o direito à
vida em todas as fases da sua existência, desde a concepção.
Observa-se assim que, da concepção ao
velho, em qualquer fase, o ser humano tem o direito a viver seja qual
for a condição física, mental, moral ou social em que se apresente.
A reencarnação é o eixo fundamental para
o Espírito enriquecer-se de experiências sublimes na sua senda
evolutiva. E essas experiências adquiridas, principalmente as mais
marcantes e dolorosas, são indispensáveis na conquista dos valores
espirituais que promovem a construção e o aprimoramento de sua
personalidade, realizada em total respeito às leis de Liberdade e de
Progresso que emanam de Deus.
Proteger e dignificar a vida do ser
humano em qualquer fase de sua existência (concepção, zigoto, embrião,
feto, recém-nascido, criança, jovem, adulto ou idoso) e em qualquer
condição na qual se apresente (com ou sem deficiências ou mazelas de
toda ordem) é, portanto, compromisso de todos os que já compreendem a
beleza da vida e a grandiosidade da Criação, seja material ou
espiritual.
Nestor João Masotti é presidente da FEB.
(Transcrito de: Editorial, Reformador, setembro de 2011).
Nenhum comentário:
Postar um comentário