A Prece é uma força em nossa vida
A
principal obra da doutrina espírita dedica um capítulo especial à lei de
adoração e à prece, definindo esta como um legítimo ato de adoração ao Criador
da vida, o qual tem para nós, seres humanos, uma importância muito grande e bem
superior à que geralmente imaginamos. “Orar a Deus – ensina o Espiritismo –
é pensar n’Ele; é aproximar-se d’Ele; é pôr-se em comunicação com Ele.”
- (“O Livro dos Espíritos”, item
659.)
Ensinada por Jesus e pelos Espíritos Superiores, a prece é uma manifestação da
alma em busca da Presença Divina ou de seus prepostos; é uma conversa com o Criador
ou com seus emissários e, por isso, deve ser despida de todo e qualquer
formalismo.
A prece não pode ser paga, porque “é um ato de caridade, um lance do
coração". A prece deve ser secreta, não precisa ser longa e deve ser
antecedida do ato do perdão. A prece deve ser espontânea, objetiva, robusta de
sentimentos elevados, que precisam ser cultivados sempre, porque não aparecem
como por encanto só nos momentos de oração.
Requisitos da prece - A forma da prece nada vale, mas sim o conteúdo. A atitude daquele que
ora é íntima, eminentemente espiritual. Atitudes convencionais, posição externa
e rituais são vestes dispensáveis ao ato de orar. Pela força do pensamento,
após estarmos concentrados, procuramos traduzir nossa vontade com o melhor dos
nossos sentimentos por uma prece, que não deve ser formulada segundo um esquema
pré-fabricado. A prece deve traduzir o que realmente estamos sentindo, pensando
e querendo naquele momento, de uma forma precisa, sem que isso constitua uma
repetição de termos que, na maioria das vezes, são ininteligíveis para quem os
profere.
A prece deve ser o primeiro ato no nosso retorno às atividades de cada dia e,
por isso, precisa ser cultivada diariamente, outro requisito essencial é o
esquecimento e o perdão que devemos conceder aos que nos tenham prejudicado.
Jesus recomenda reconciliar-nos com os adversários, antes de orarmos.
Mecanismo e tipos de prece - O mecanismo da prece é este: estamos engolfados no fluido universal
que ocupa o espaço. Esse fluido, que é o veículo do pensamento, recebe a
impulsão da vontade. Quando o pensamento é dirigido a um ser qualquer, na Terra
ou no espaço, de um encarnado a um desencarnado, ou vice-versa, estabelece-se
uma corrente fluídica que liga um e outro. É dessa maneira que os Espíritos
podem ouvir-nos o apelo e transmitir, pelas vias do pensamento, sua resposta.
Como se
sabe e a experiência comprova, os Espíritos podem não apenas ler, mas, de certa
forma, ouvir nossos pensamentos. Não é preciso dizer que, com relação aos
desencarnados, é vã toda tentativa de iludi-los, porque o que nos vai na alma
não lhes pode ser ocultado.
Três
coisas podemos fazer por meio da prece: louvar, pedir e agradecer (O Livro dos Espíritos, item 659). Louvar
é reconhecer e enaltecer a Deus por tudo o que Ele criou. Significa aceitar com
alegria tudo o que nos rodeia, que, no tocante à participação do Senhor em
nossa vida, é sempre justo, equilibrado e perfeito.
As boas ações
constituem a melhor prece
Nas questões 658 a 666 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan
Kardec, os imortais fizeram revelações importantes a respeito da prece. Eis
sinteticamente o que eles nos ensinam:
1) A
prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração. É, assim, preferível
ao Senhor a prece vinda do íntimo à oração lida, por mais bela que seja, se for
lida mais com os lábios do que com o coração.
2) A prece é um ato de adoração, com o qual podemos propor-nos três coisas:
louvar, pedir, agradecer.
3) A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e
confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons
Espíritos para assisti-lo.
4) O
essencial não é orar muito, mas orar bem. Existem pessoas, no entanto, que supõem
que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus
próprios defeitos. Essas criaturas fazem da prece uma ocupação, um emprego do
tempo, nunca um estudo de si mesmas.
5)
Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão
mudando de proceder, porque as boas ações são a melhor prece e os atos valem
mais que as palavras.
6) As
provas por que passamos estão nas mãos de Deus e há algumas que têm de ser
suportadas até o fim; mas Deus leva sempre em conta a resignação. A prece traz
para junto de nós os bons Espíritos, que nos dão a força de suportá-las
corajosamente.
7) A
prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora.
8) A
prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem
oramos experimenta alívio e sente sempre um refrigério quando encontra pessoas
caridosas que se compadecem de suas dores.
9)
Pode-se orar pelos Espíritos e aos bons Espíritos, porque estes são os
mensageiros de Deus e os executores de suas vontades. O poder deles está,
porém, relacionado com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do
Senhor, sem cuja permissão nada se faz.
O mundo necessita como nunca de orar
Fisiologista e
cirurgião francês, o dr. Alexis Carrel (1873-1944), laureado com o Prêmio Nobel
de Medicina de 1912, notabilizou-se não apenas por suas experiências sobre
enxerto de tecidos e de órgãos e sua sobrevida fora do corpo, mas também por
suas obras filosóficas, dentre as quais se destaca “O homem, esse
desconhecido”, best-seller na América do Norte em 1935.
Em fevereiro de 1942, a revista Seleções do Reader’s Digest revelou
outra faceta do grande médico e pensador: sua fé em Deus e sua crença no valor incomensurável
da oração, que ele define como sendo “uma invisível emanação do espírito de
adoração do homem, a forma de energia mais poderosa que ele é capaz de gerar”.
Eis, resumidamente, o que diz sobre a prece o notável médico francês:
1) A
prece marca com os seus sinais indeléveis as nossas ações e conduta.
2) A oração é uma força tão real como a gravidade terrestre. A influência da
prece sobre o corpo e sobre o espírito humano é tão suscetível de ser
demonstrada como a das glândulas secretoras.
3) Muitos enfermos têm-se libertado da melancolia e da doença graças à prece. É
que, quando oramos, ligamo-nos à inexaurível força motriz que aciona o universo
e, no pedir, nossas deficiências humanas são supridas e erguemo-nos fortalecidos
e restaurados.
4) Não devemos, no entanto, invocar Deus tendo em vista meramente a satisfação
dos nossos desejos. Maior força colhemos da prece quando a empregamos para
suplicar-lhe que nos ajude a imitá-lo.
5) Toda vez que nos dirigimos a Deus, melhoramos de corpo e de alma. Não tem,
porém, sentido orar pela manhã e viver como um bárbaro o resto do dia.
6) Hoje, mais do que nunca, a prece é uma necessidade inelutável na vida de
homens e povos. É a falta de intensidade no sentimento religioso que acabou por
trazer o mundo às bordas da ruína.
Lindo o poema da gratidão e recitado por Divaldo é ainda mais emocionante.
ResponderExcluirmuita paz!