Bezerra e a Transição Planetária
“Meus
filhos:
Que
Jesus nos abençoe.
A
sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de
forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida.
Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura
cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham
proporcionado.
Espíritos
nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências
espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma
pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os
processos afligentes e degenerativos.
Sucede
que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de
expiações para mundo de regeneração.
Nunca
houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do
sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem
diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e
da decadência das conquistas da civilização e da cultura…
Não seja,
pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta
terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como
análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os
corações para o ser espiritual que todos somos.
Fala-se
sobre a tragédia do cotidiano com razão. As ameaças de natureza sísmica, a cada
momento tornam-se realidade tanto de um lado como de outro do planeta. O crime
campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções
compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à
agressividade.
Sucede,
meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus
hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na
grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar
pela loucura a que se têm entregado. E esses, que teimosamente permanecem no
mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde
lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos
aconteceu no passado.
Por outro
lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se
reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da
tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. Ao lado
deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os
grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.
Aos
médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações. Aos
dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de
desencarnados, contribuindo para a saúde geral.
Enquanto
os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também
têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas
aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que
dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que
dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.
Reencarnastes
para contribuir em favor da Nova Era. As vossas existências não aconteceram ao
acaso, foram programadas. Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o
programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as
provas e as glórias estelares.
O
Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto e
vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.
Dai-vos
as mãos! Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância
sejam praticados. Que, quaisquer pontos de objeção tornem-se secundários diante
das metas a alcançar.
Sabemos
das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a
névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes, dificulta a lógica
necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com
Jesus… Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando,
enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da
imortalidade ou para a anestesia da ilusão.
Ser
espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.
Reconhecemos
que na luta cotidiana, na disputa social e econômica, financeira e humana do
ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se
permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não
vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das
agressões do mal que muitas vezes vos alcança.
Tende
coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o
nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento.
Cantemos
a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma
tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais
variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a
palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.
Confiando
em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e
em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos
a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.
São os
votos do servidor humílimo e paternal de sempre.
Bezerra.”
Divaldo Pereira Franco (Los Angeles – 13.11.2010)
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