"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

sábado, 28 de julho de 2012

Frederico Menezes de Oliveira:

“O Espiritismo dialoga com a nossa vida”

O palestrante e médium pernambucano fala sobre seu trabalho no campo da assistência social e da divulgação da doutrina espírita
 




Frederico Menezes de Oliveira (foto) nasceu em Cabo de Santo Agostinho (1) e reside atualmente em Recife-PE. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Pernambuco, publicitário e consultor na área de marketing e recursos humanos, vincula-se à Sociedade Espírita Casa do Caminho, em sua cidade natal. Publicou 14 livros, editou 28 DVDs de palestras e 5 CDs, acumulando uma experiência que merece ser conhecida. De oratória vibrante, é pessoa muito querida no Nordeste.



Como foi seu contato inicial com o Espiritismo? 

Venho de uma família com relacionamento íntimo com a doutrina espírita. Meus avós maternos foram fundadores da primeira casa espírita da cidade do Cabo, na década de trinta, no século passado. Sempre acreditei em Deus, mas tinha dificuldade de entender o inferno, que eu achava incompatível com um Deus de Amor infinito. Com 12 anos de idade, li meu primeiro livro espírita - Nosso Lar -, oferecido pelo meu irmão Ronaldo que, ao lado de meu pai e amigos, fundou o Núcleo Espírita Ismael Gomes Braga. Ao ler Nosso Lar, vibrei, pois ali estava a comprovação de que não existia o inferno. A partir daí, comecei a estudar a codificação. Tinha, portanto, doze anos de idade. 

Desde quando faz palestras e como iniciou a tarefa? Qual foi o motivador inicial para falar em público? 

Há 31 anos que profiro palestras em quase todo o Brasil, mas, notadamente, na região Nordeste. No ano de 1980, ao chegar à instituição Ismael Gomes Braga, na cidade do Cabo, meu irmão Ronaldo solicitou minha colaboração para fazer uma pequena preparação do ambiente, algo de quinze minutos. Falei trinta minutos praticamente de um só fôlego e me senti "estranho", conquanto mantivesse plena consciência. A partir daí, não mais parei. O meu desejo de divulgar as belezas da doutrina foi o grande motivador. 

Quais as reações do público em suas palestras? Qual a maior necessidade do grande público que acorre às palestras? 

O público tem-se mostrado muito receptivo. Aliás, esta é uma característica da mensagem espírita – ela desperta profunda receptividade. O Espiritismo dialoga com a nossa vida, daí percebemos muita emoção por parte do público. Quanto à maior necessidade que este mesmo público apresenta, creio que seja do alimento que lhe sacie uma imensa sede de Deus, da compreensão da vida e do entendimento a respeito das dores e desafios. 

Qual sua preferência temática para as palestras? 

Sinceramente, não tenho preferência por temas. Desde jovem que tive a felicidade, na casa a que estava vinculado, de valorizar todos os aspectos da doutrina. Procuro estudar e oferecer o melhor ao meu alcance, a despeito das minhas grandes dificuldades pessoais. 

Em outras cidades e Estados, quais têm sido as temáticas predominantes, as mais solicitadas para abordagem? 

Tenho observado que, além dos temas relativos aos princípios espíritas, como mediunidade e reencarnação, os temas relacionados com as chamadas doenças da alma (depressão, angústia, superação dos medos etc.) têm sido muito solicitados. 

Qual a experiência mais marcante registrada nesses anos como palestrante? 

Tive muitas experiências interessantes, mas as mais marcantes estiveram ligadas à mediunidade. Posso recordar, certa feita, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, quando fazia uma abordagem sobre as características do ambiente da região onde Jesus se encontrara e um fenômeno de olorificação ocorreu, ou seja, um forte perfume invadiu o centro de convenções, causando forte emoção no público. 

E no tocante à mediunidade? 

Ah! foram vários momentos marcantes, mas os relacionados às comunicações de um ente querido desencarnado para alguém na plateia, sem que eu os conhecesse, causaram-me  grande emoção. Isto já ocorreu no Rio Grande do Norte, em Pernambuco, Sergipe e Campina Grande; é o que recordo no momento. 

Fale-nos sobre a Casa do Caminho. 

Fundamos esta instituição homenageando o trabalho social realizado pelos primeiros cristãos. Minha querida mentora, Marta, escreveu, certa feita, que os centros espíritas deveriam ter sempre algo daquela casa erguida pelo amor dos apóstolos para atender à dor de tantos. Simplicidade, dedicação, aconchego e busca sincera pela verdade, além do desejo ardente de fazer o bem. Nossa casa está localizada no bairro cidade Garapu e atende, hoje, centenas de famílias em três comunidades extremamente carentes. Realiza as atividades características de toda casa espírita, como evangelização infanto-juvenil, reuniões de estudo, tratamento espiritual etc. Temos, também, uma casa de socorro a famílias carentes no município de Goiana. Esta casa chama-se Núcleo de apoio cristão Casa do Caminho e fica em uma área rural com dois hectares, paisagem bucólica e onde podemos dialogar com dezenas de famílias carentes daquela região. 

Como você vê o MIEP? 

O Movimento de Integração Espírita Paraibano – conhecido pela sigla MIEP - já se firmou como dos mais expressivos do Nordeste. São milhares de pessoas que interagem no evento durante seus três dias e meio de programação, sempre com muita emoção e grande conteúdo doutrinário. Um marco na divulgação do Espiritismo que conta com grande participação de jovens durante os dias do carnaval. No próximo ano, o MIEP completará 40 anos. 

Algo mais que gostaria de acrescentar? 

Agradeço a oportunidade deste espaço, a generosidade dos amigos que nos honraram com a entrevista, o que muito nos estimula para prosseguir na tarefa que o Senhor nos confiou. Muita paz.

O consolador

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