"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

terça-feira, 17 de julho de 2012


CULTURA DA MORTE

 
Ainda vivemos mergulhados na cultura da morte. Vamos nos deter em nosso país: alem das muitas mortes nas estradas, da violência nas ruas e da fome ( sim, ela ainda mata e muito por aqui ), avança-se na direção da legalização do aborto. A violência, para usar uma expressão tão em voga, é multidimensional, multifacetada. Interessante é que muitos que clamam por uma sociedade justa ( e entendendo isso como uma sociedade pacificada ) são os que defendem  o esfacelar da vida no ventre materno, seja em caso da anencefalia ou daqueles que foi proposto pela "comissão" junto ao senado, quando a mulher não teria condições psicológicas de ser mãe.

Fica claro a tremenda incoerência que permeia os que pensam e defendem tais ideias. A vida não é vista como o grande bem do universo. Apoiam os direitos da mulher ainda que estes direitos firam o primeiro de todos os direitos pertinentes aos seres humanos: o direito à vida. A subjetividade com que se defrontarão os avalistas dos casos referentes às condições psicológicas inexistentes em certas mulheres que estão grávidas parece não ser levado em conta. E nem mesmo as "falsas" impossibilidades que podem surgir no já tradicional jeitinho brasileiro de se encontrar brechas para se extrair vantagens ( se é que existem vantagens nestes casos ). Acrescente-se à isso a prática contumaz da corrupção, capaz ( alguém duvida ? ) de proporcionar as condições "adequadas" para que uma mulher aborte.

A cultura da morte persiste numa sociedade materialista e limitada em sua visão de vida. E a morte pode ser autorizada sobre tantas vidas. ( a dos que deliberam a respeito já está preservada, não é mesmo?)
Sinceramente, como sair às ruas clamando por um mundo justo e em paz defendendo a cultura da seleção, quem deve ou pode nascer? A sociedade "humanista" não considera seres humanos os que são diferentes de si, pois, anencéfalos e outros que apresentam alguma anomalia, estariam fadados à morrer ( ou acreditam que o aborto do anencéfalo aprovado não abrirá outros precedentes ?). A própria condição de serem fetos já seria ( no caso dos que defendem a legalização do aborto ) motivo de diferenciá-los de um ser humano como se conhece, afinal, não nasceram ainda!

Há quem mate mendigos e prostitutas, drogados ou negros, pobres ou pertencentes a uma religião não aceita por eles... há quem mate os que são fetos ou que são limitados em sua formação fetal. Com certeza, argumentarão que não é a mesma coisa. E sei, sim, que muitos que defendem o aborto jamais matariam os elementos que citei acima. Desejo apenas fazer pensar por outro ângulo que podemos estar apoiando aquilo que dizemos combater. Quem deseja a paz não pode ansiar por algum tipo de morte. Quem prega direitos humanos, não pode esquecer que o ser humano o é, no ventre ou fora dele. Quem não suporta ouvir o gemido de alguém agredido no dia a dia do mundo deve apurar os ouvidos e saber que se pode "escutar" o grito silencioso de quem deseja nascer e experienciar o que tivemos direito de fazê - lo. Enfim, jamais fazer aos outros o que não desejamos para nós.

Só quando a cultura da vida for, coerentemente, experimentada em nós, seremos capazes de conquistar um mundo equânime, generoso, justo e harmônico. Defender o ser humano e o aborto, na prática, é como conciliar água e óleo.

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