"O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

sábado, 14 de julho de 2012


Do átomo ao anjo: a evolução do princípio inteligente 



Nasce o nosso Universo

Há 13,7 bilhões de anos, tudo o que existia estava concentrado em um só ponto, que um cientista denominou de átomo primitivo ou ovo cósmico. Seu tamanho era trilhões e trilhões de vezes menor que a cabeça de um alfinete; era rico em energia altamente condensada, a ponto de seu calor ser de bilhões e bilhões de graus Celsius.
De repente, sem que se possa saber por quê, ele se inflacionou ao tamanho de uma maçã. E então explodiu, ejetando violentamente em todas as direções a energia e os conteúdos nele contidos.
Essa energia se condensou fortemente e produziu as partículas elementares da matéria. Nos primeiros três minutos, essas partículas formaram os átomos e daí o hidrogênio e o hélio, os elementos químicos mais simples e os mais abundantes do universo.
Enquanto isso, a energia ejetada, junto com as partículas elementares, formou uma incomensurável nuvem que se expandiu mais e mais. Lentamente, depois de uma grande disparada em todas as direções, ela começou a se esfriar e ganhar densidade. Deste processo se formaram as grandes estrelas vermelhas.
Elas funcionaram, por alguns bilhões de anos, como fornalhas ardentes dentro das quais ocorreram explosões atômicas de magnitude extraordinária. Lá se forjaram os principais elementos que estão presentes em todos os seres: o ferro, o carbono, o ouro, enfim, os 92 elementos básicos que compõem todos os seres e cada um de nós. Da morte de uma dessas estrelas se formaram a nossa galáxia, o nosso Sol e o planeta Terra.
O exposto acima é o que os cientistas denominam de Big-Bang, ou seja, a grande explosão. 

E Deus com isso? 

O problema de Deus aparece quando se colocam as seguintes questões: O que havia antes do começo? Quem deu o impulso inicial? Quem sustenta o Universo como um todo e todos os seres para que continuem a existir e a se desenvolver?
Nada? Mas do nada, nada pode vir.
Antes do Big-Bang, existia Deus, que existe de toda a eternidade.
Existiram também muitos outros universos, pois Deus jamais esteve inativo. Esses universos foram criados por sua vontade, cumpriram seu papel (campo de desenvolvimento do Espírito) e tiveram sua matéria colapsada, para ressurgir depois, qual a lendária ave mitológica, Fênix, que renascia das próprias cinzas. Pois um mundo formado desaparece e a matéria que o compõe se renova.
Essa teoria encontra ressonância no pensamento do Espírito André Luiz: Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.
Pronto o universo, o princípio espiritual poderá iniciar a longa marcha rumo à perfeição relativa que lhe é destinada.
Ao mesmo tempo em que vem criando, desde toda a eternidade, mundos materiais, Deus há criado, desde toda a eternidade, seres espirituais. Se assim não fora, os mundos materiais careceriam de finalidade.
Os mundos materiais teriam de fornecer aos seres espirituais elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências.

Nasce o princípio inteligente

A razão de ser do Universo é o desenvolvimento do Espírito humano. Pronto o Universo, o princípio inteligente poderá iniciar sua longa marcha rumo à perfeição relativa que lhe é destinada.
Deus renova os seres vivos como renova os mundos.
Indestrutível, o princípio espiritual se elabora nas diferentes metamorfoses que sofre, estagiando nos reinos mineral, vegetal e animal, antes de adquirir a razão e identificar-se com a humanidade.
Quanto à origem do princípio inteligente nada sabemos.
Segundo alguns, trata-se de uma emanação da Divindade.
As propriedades sui generis que se reconhecem ao princípio espiritual provam que ele tem existência própria, pois que, se sua origem estivesse na matéria, aquelas propriedades lhe faltariam, desde que a inteligência e o pensamento não podem ser atributos da matéria.
Aos nossos olhos não tem uma forma determinada, pode ser comparado a uma chama, um clarão ou uma centelha etérea, cuja cor varia do escuro ao brilho do rubi, conforme a sua pureza; com alta capacidade de proporcionar impulsos e abrigar experiências que se transformam em estruturas definitivas e cada vez mais complexas.
Foi criado simples, ignorante, mas dotado de perfectibilidade. Simples, porque único, formado de uma só parte, homogêneo. Ignorante porque sem conhecimento, experiência e aquisições. Perfectível porque dotado da potencialidade do progresso, de um projeto íntimo de desenvolvimento, de um propósito no sentido de haver um movimento na direção de mais diversidade, complexidade e cooperação.

O princípio inteligente se veste de matéria

Criado, deveria ligar-se à matéria, laço que prende o Espírito e instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce a sua ação. Essa ligação se dá através da formação de um campo de influência não física. Semelhante ao campo gravitacional, ou ao campo eletromagnético (o ímã atraindo as limalhas de ferro), o campo criado pelo princípio inteligente será uma zona de influência onde ele irá comandar a unificação dos átomos e a elaboração da vida nos diferentes reinos da natureza. Mas o elemento espiritual é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário. Com o princípio inteligente, portanto, nasce um envoltório sutil, fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. Como toda matéria, esse campo de energias sutilíssimas é extraído do fluido cósmico universal, a energia primitiva do universo, que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial.
Esse envoltório fluídico vai aprimorar-se passo a passo com o princípio inteligente, constituindo-se, oportunamente, no corpo espiritual (perispírito).

No reino mineral, a atração

O princípio inteligente, liga-se, então, através de seu envoltório de energias sutis, à matéria recém-formada, aos átomos, e partículas subatômicas, preparando-se para elaborar em si mesmo o princípio da atração, primeira aquisição do princípio inteligente, enquanto ainda no reino mineral.
A Lei de atração rege os elementos intra-atômicos, forças muito poderosas mantêm unidas as subpartículas atômicas. Nesse longo estágio junto ao reino mineral, o princípio inteligente adquire a capacidade de unir, aglutinar, atrair, que lhe será de inestimável valor no futuro.
O reino mineral propicia a solidez, a conquista simbólica da estrutura óssea do princípio espiritual. 

A vida surge na Terra 

O longo estágio junto ao reino mineral capacitou o princípio inteligente na arte de unir, aglutinar, agregar. Ele encontrava-se, agora, apto a avançar em sua autoelaboração, adquirindo outras propriedades: irritabilidade, sensibilidade, memória, instinto etc. Ele faria isso nos milhões de anos em que iria estagiar nos reinos vegetal e animal.
O planeta encontrava-se pronto para receber a vida e o princípio inteligente apto a atuar na reunião dos elementos químicos que daria nascimento às primeiras formas de vida na Terra.
A Terra havia se formado da condensação da matéria disseminada no espaço. A explosão de uma estrela vermelha (supernova) lançou uma nuvem de gás e de elementos por todos os lados. Lentamente, esses gases ganharam consistência por força da gravidade. Nasceu o Sol que conseguiu atrair ao seu redor os planetas que se formaram a partir dos detritos da explosão anterior. Um desses planetas era a Terra. Isso foi há cerca de 4,6 bilhões de anos.
Por 800 milhões de anos a Terra permaneceu como um mar de fogo devido sua origem estelar e aos meteoros que caíam brutalmente sobre ela, mas aos poucos foi criando uma crosta que lhe facilitou o esfriamento. A distância adequada do Sol e o equilíbrio criado pela gravidade que retinha os líquidos criaram as condições do surgimento de uma atmosfera, capaz de acolher a vida.
Segundo uma hipótese, há 3,8 bilhões de anos, gases da atmosfera primitiva (metano, amônia, Hidrogênio, e vapor de água), num ambiente onde predominavam descargas elétricas e raios ultravioletas, culminaram na formação dos aminoácidos e bases nitrogenadas, unidades básicas das proteínas e dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). Com as moléculas essenciais à vida, envolvidas por delicada camada lipídica nasciam as bactérias primitivas.
Os corpos dos seres vivos se formaram pela reunião das moléculas elementares, em virtude da lei de afinidade, à medida que as condições da vitalidade do globo foram propícias a esta ou àquela espécie.
De acordo com outra hipótese, as primeiras formas de vida, ou as moléculas químicas essenciais à vida, vieram para a Terra, de outras regiões do universo.
Seja correta uma ou outra hipótese, isso não se deu por forças cegas do acaso. O princípio inteligente ali se encontrava, com seu poderoso campo magnético, criando as condições para que as reações químicas se verificassem de forma a permitir a eclosão da vida.

O Divino Escultor

Na direção de todos os fenômenos do nosso sistema existe uma comunidade de Espíritos Puros, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida. Jesus é um dos membros dessa comunidade. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhe o equilíbrio futuro na base dos corpos simples de matéria. Organizou o cenário da vida, criando o indispensável à existência dos seres do porvir. Fez a pressão atmosférica adequada ao homem e estabeleceu a camada de ozônio, para que filtrasse convenientemente os raios solares. E, finalmente, os artistas e técnicos da espiritualidade maior, sob a assistência amorosa do Cristo, colaboraram na edificação do mundo das células, a construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros, culminando com o aparecimento dos primeiros hominídeos. 

Como se deu a evolução

A evolução dos seres vivos a partir de espécies inferiores é um fato indiscutível na ciência. O estudo dos fósseis mostra que bactérias sem núcleo individualizado evoluíram para seres unicelulares com membrana nuclear e organelas um pouco mais complexas. Posteriormente a cooperação entre esses seres minúsculos fez com que surgissem formas de vida pluricelulares e, assim, numa cadeia de complexidade crescente, foram aparecendo os vegetais, animais inferiores, animais superiores e o homem.
Se considerarmos apenas os dois pontos extremos da cadeia, nenhuma analogia aparente haverá; mas, se passarmos de um anel a outro sem solução de continuidade, chegamos, sem transição brusca, da planta aos animais vertebrados. Compreende-se então a possibilidade de que os animais de organização complexa não sejam mais do que uma transformação, ou, se quiserem, um desenvolvimento gradual, a princípio insensível, da espécie imediatamente inferior e, assim, sucessivamente até o primitivo ser elementar.
Acompanhando-se passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior.
O que se discute é como isso se deu. A hipótese mais aceita pelos cientistas associa duas ideias: a seleção natural, proposta por Russel Wallace e Charles Darwin no século XIX, e o Mutacionismo, ideia apresentada por Hugo de Vries. Em conjunto, essas ideias são denominadas de Neodarwinismo.
As mutações são transformações na molécula do DNA. Como o DNA é o molde em que a célula se orienta para sintetizar as suas proteínas, modificações no DNA serão acompanhadas por mudanças nas proteínas da célula e consequentemente mudanças em sua forma e função.
Muitas mutações são prejudiciais (causando doenças de origem genética) ou neutras (não tendo nenhum efeito sobre as proteínas). Um número minúsculo de mutações, no entanto, pode ser vantajoso, possibilitando que alguns indivíduos sobrevivam e se reproduzam de forma mais eficiente que os demais (seleção natural).
Assim, o neodarwinismo explica o surgimento de novas espécies (mutações sofridas pelas espécies anteriores) e desaparecimento de espécies antigas (não foram suficientemente aptas para sobreviverem na luta pela vida). Calcula-se que 99% das espécies existentes no passado desapareceram.
Mas para o Neodarwinismo tudo isso se deu sem um propósito, uma finalidade, e sim como resultado das forças cegas do acaso, o que é ilógico, pois forças cegas do acaso não podem produzir seres altamente complexos e inteligentes.
Para tornar lógica a proposta neodarwinista, é preciso que se admita a existência do princípio inteligente, o comandante invisível do processo evolutivo.
A evolução das espécies em geral e do homem em particular se deu em dois estados de vida: o material e o espiritual. Os “elos perdidos da evolução”, ou seja, seus fenômenos inexplicáveis se deram na dimensão espiritual, longe das lentes investigativas dos cientistas. O princípio espiritual funciona como um design inteligente  com seu corpo etéreo constituído de energias sutis, que funciona como campo modelador da forma física. As conquistas evolutivas do princípio espiritual vão sendo plasmadas no corpo físico e no corpo espiritual simultaneamente, em suas experiências nos dois planos de vida.
Podemos considerar ainda a atuação dos biólogos do plano astral que, sob a supervisão amorosa de Jesus, acompanham o progresso do mundo, intervindo, quando necessário, nos corpos espirituais das formas evolutivas, durante o estágio no plano espiritual. Essas intervenções poderiam responder pelas mutações necessárias ao desenvolvimento das novas habilidades.

A viagem do princípio inteligente

Criado simples e ignorante, o princípio inteligente vai encontrar os recursos de que necessita para seu aprimoramento nas experiências que terá junto às diferentes espécies biológicas, em sua longa jornada evolutiva. O corpo é simultaneamente o envoltório e o instrumento do princípio inteligente e, à medida que este adquire novas aptidões, reveste ele outro invólucro apropriado ao novo gênero de trabalho que lhe cabe executar.
São as vivências do ser espiritual, ora no plano físico, ora no plano extrafísico, que vão enriquecê-lo em sua estrutura íntima e, simultaneamente, aprimorar seu envoltório fluídico.
Nesse ir e vir, o princípio espiritual vai atravessar os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais complexa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.

No mineral: a atração

Como fase inicial, o princípio espiritual estaria a influenciar as organizações atômico-moleculares do reino mineral. Seria como que um eixo energético intrometido no âmago dos átomos e moléculas, convidando-os à união.
Esse eixo energético criaria, com suas vibrações, o campo de agregação refletido nas forças de atração e coesão, a determinar a concentração das energias e respectiva condensação nos átomos e arrumações moleculares.
Assim, a organização mineral seria a consequência de um poder na intimidade de suas unidades atômicas, a conduzirem ordenadamente o processo agregativo.
Na intimidade do mineral, o princípio inteligente absorveria experiências, e fora dele arregalaria posições renovando-se; a fim de exercer novos potenciais de orientação com forças reconstruídas e sempre mais complexas pelas vivências anteriores de idênticos fenômenos. Nesse ir e vir, dentro ou fora da matéria, já existiria o princípio reencarnatório em ação.

No vegetal: a sensação

Adquiridas as experiências possíveis junto ao mineral, o princípio inteligente estaria apto a iniciar-se no reino vegetal.
Agora, além das aquisições da fase anterior (mineral: atração), ganharia, na fase vegetal, os novos potenciais da sensibilidade. A sensibilidade referida aqui nada tem a ver com as reações complexas do Espírito mais elaborado na fase hominal.
A sensibilidade conquistada junto ao reino vegetal se refere a reações aos estímulos, o desenvolvimento de respostas harmônicas aos diferentes estímulos do meio ambiente.

No animal: o instinto

O princípio espiritual maturado e elaborado no reino vegetal, em épocas incontáveis, teria que despertar em novas posições como exigência de seu impulso interior. Assim, ele buscará novo degrau evolutivo para afirmações, manifestando-se no reino animal.
A condição que caracterizaria o princípio espiritual nesta fase seria a aquisição do instinto; a princípio, nos animais inferiores, bastante simplificados, posteriormente, nos mamíferos, pelos órgãos mais bem trabalhados, apresentar-se-ia com mais alta e apurada eficiência, preparando para, mais à frente, ingressar no reino da razão.

No homem: a razão

Acredita-se que o homem tenha conquistado a razão e, consequentemente, o livre-arbítrio e a plena responsabilidade por seus atos há cerca de 200 mil anos. No entanto, homens pré-históricos, com a roupagem física bem semelhante à nossa forma atual, surgiram antes, há cerca de 3 milhões de anos, quando o córtex frontal, a área mais nobre do cérebro, já estava pronto.
O desenvolvimento da consciência não se deu de forma brusca, foi sendo elaborado durante milênios em existências sucessivas nos primatas superiores e posteriormente em várias espécies do gênero Homo.

Alma grupo da espécie

Em O Livro dos Espíritos lê-se: É nos seres inferiores da criação que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida. (607-a)
Individualizar-se, segundo o dicionário, é o mesmo que considerar-se uma coisa isoladamente. Em consonância com essas ideias, alguns pensadores evolucionistas apresentaram a hipótese da alma grupo da espécie, segundo a qual o princípio inteligente, em suas vivências nos reinos inferiores da natureza, ainda não se encontra individualizado, ou seja, caminha evolutivamente em associação com seres da mesma espécie.
Nas espécies mais simples, o princípio espiritual estaria mais preso aos seus afins, formando junto deles um campo de influência coletiva, a alma grupo da espécie, que teria como finalidade controlar a espécie em que se destina. Seria, portanto, um dinamismo conjunto que dirige colônias minerais, vegetais e animais mais simples.
À medida que as espécies vão perdendo o contato da colônia, resultado da própria evolução, se individualizam, passando a depender unicamente de si mesmas.
Segundo essa hipótese, podemos entender por que a sociedade dos insetos como as abelhas, formigas e cupins, instintivamente, desenvolvem atividades perfeitas e complexas, impossíveis de serem explicadas de outra forma.

Os ensaios biológicos e as destruições em massa

Como entender o surgimento de tantas espécies que deveriam desaparecer com o tempo? São documentados pelo menos meia dúzia de casos de extinções em massa de seres vivos, desde o aparecimento da vida na Terra. A mais recente delas, há cerca de 65 milhões de anos, levou ao desaparecimento dos grandes répteis, quando um meteoro de mais ou menos 10 km de diâmetro caiu no golfo do México. Se o princípio espiritual funciona como um design inteligente, como entender o surgimento de formas animais que não deveriam prevalecer com o tempo?
Primeiro, é preciso entender que o princípio espiritual, como um design inteligente, traz em sua estrutura íntima um propósito de evolução, uma força que o impulsiona para frente, um significado, uma razão de ser e de existir: o progresso.
Ele não traz, ao contrário do que pensam alguns, um mapa pronto e arrematado que lhe compete apenas copiar e seguir. Se assim fosse, estaria prevalecendo a ideia da predestinação, o que contraria o princípio da lei do esforço pessoal. Para que haja crescimento é preciso que existam escolhas, erros e acertos, que serão elementos necessários na aquisição de experiência.
As espécies biológicas que surgiram e desaparecerem devem ser colocadas na conta de ensaios biológicos experimentados pelo princípio inteligente, que buscava o melhor caminho para chegar ao seu destino.
Não há um plano determinado; as coisas poderiam ter-se dado de uma forma diferente. Alguns caminhos poderiam ter sido tentados até que verificassem que eram becos sem saída. A evolução é criativa e não prefixada.
Quanto às destruições em massa, é preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, pois isso a que chamamos destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e a melhoria dos seres vivos.
A destruição em massa dos grandes répteis permitiu que um pequeno símio, do tamanho de um camundongo, que vivia fugindo dos dinossauros, encontrasse espaço para viver livremente. Esses minúsculos símios, alguns milhões de anos depois, se diversificaram nos grandes primatas que foram a matriz para o surgimento da espécie humana, há cerca de 3 milhões de anos.
Concluindo: o homem, sob certo aspecto, é filho da grande tragédia que culminou com a extinção em massa dos répteis pré-históricos.

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